Este Cratinho de açúcar, com sabor de buriti, digestão de piqui, sempre foi e ainda continua sendo udenista. Um dos grandes líderes udenistas da cidade foi Ossian Araripe pai do atual prefeito que é do PSDB, que dizem é a revisita da UDN.
A família Alencar, tomando por tradição Dona Bárbara, José Martiniano e Tristão, do qual Ossian é descendente, acho que estaria melhor representada, em Ideologia, pela gestão de um Alexandre Arraes. Que, aliás, era Alencar, getulista e, portanto, muito mais progressista: o sobrinho se tornou uma referência popular no nordeste – Miguel Arraes.
Acontece que a matriz do poder da UDN no Crato estava noutras famílias antigas na cidade, entre as quais: Teles de Quental e Pinheiro. A considerar Dr. Décio e Filemon Teles. Por isso mesmo é que a primeira eleição do PSD na cidade, apenas aconteceu quando nem PSD mais existia: foi com a eleição de Pedro Felício e decorreu da ruptura dentro da família central na UDN.
O primeiro episódio de ruptura, narrado nos blogs daqui por Carlos Esmeraldo, foi quando José Esmeraldo rompeu com a UDN e se tornou uma força política essencial para derrotar eleitoralmente o Dr. Derval Peixoto. O outro episódio, não tão estratégico foi o papel de Expedito Pinheiro na denúncia da manipulação de cédulas eleitorais.
Uma das surras clássicas do PSD para a UDN, aqui na cidade, foi na campanha presidencial quando se elegeu Jânio Quadros. Isso foi maior, pois foi a primeira e única vez em que a UDN chegou, pelo voto, perto do palácio presidencial. Das outras vezes ela tentou, mas, por golpes políticos.
O derrotado foi o Marechal Henrique Dufles Baptista Teixeira Lott grande vulto das Forças Armadas brasileiras. Independente, nacionalista, não se subordinava a Washington como boa parte dos seus colegas e tampouco tinha aversão ao processo democrático. Ao contrário. Impediu em 11 de novembro de 1955 um golpe dos “patriotas” contra a legalidade.
Nas eleições dois símbolos marcaram a campanha: a vassoura (para varrer a corrupção em Brasília) e a espada (da legalidade). Uma vez o Marechal estava em campanha no interior de Minas, num automóvel do aeroporto para o centro da cidade quando um eleitor de Jânio enfiou uma vassoura dentro do carro, pela janela e tentou atingi-lo. Lott mandou o carro parar e saiu no meio das facções em disputa, foi até o sujeito, tomou-lhe a vassoura, jogou-a no chão e disse com o dedo em riste: –“O senhor pode votar em quem quiser, é um direito que eu assegurei quando garanti a posse do presidente Juscelino. Mas o senhor respeite a mim e a democracia. Proceda como homem de caráter”. Voltou ao automóvel sob aplausos dos seus e silêncio dos udenistas. Jânio perdeu as eleições nessa cidade.
Logo que vim morar no Rio de Janeiro, vinha andando pela Rua Constante Ramos em Copacabana, quando na esquina da Nossa Senhora de Copacabana, cruzei com o Marechal Lott, já velhinho, ele e a esposa, andando no anonimato, vindo de uma igreja perto. Era um dia de domingo. E imediatamente não me lembrei daquela campanha que vivera menino ainda no Crato.
Lembrei-me do avô ferido em seus brios. De saber que o neto havia sido preso ilegalmente pelos cães da ditadura no período mais cruel dela, entre 1969 e 1970. Que o neto tinha sido torturado num quartel do seu exército até os limites da vida. Ele vestiu seu uniforme, armou-se, foi até o comandante e, consta, que disparou sua dignidade sobre o autor das torturas.
A família Alencar, tomando por tradição Dona Bárbara, José Martiniano e Tristão, do qual Ossian é descendente, acho que estaria melhor representada, em Ideologia, pela gestão de um Alexandre Arraes. Que, aliás, era Alencar, getulista e, portanto, muito mais progressista: o sobrinho se tornou uma referência popular no nordeste – Miguel Arraes.
Acontece que a matriz do poder da UDN no Crato estava noutras famílias antigas na cidade, entre as quais: Teles de Quental e Pinheiro. A considerar Dr. Décio e Filemon Teles. Por isso mesmo é que a primeira eleição do PSD na cidade, apenas aconteceu quando nem PSD mais existia: foi com a eleição de Pedro Felício e decorreu da ruptura dentro da família central na UDN.
O primeiro episódio de ruptura, narrado nos blogs daqui por Carlos Esmeraldo, foi quando José Esmeraldo rompeu com a UDN e se tornou uma força política essencial para derrotar eleitoralmente o Dr. Derval Peixoto. O outro episódio, não tão estratégico foi o papel de Expedito Pinheiro na denúncia da manipulação de cédulas eleitorais.
Uma das surras clássicas do PSD para a UDN, aqui na cidade, foi na campanha presidencial quando se elegeu Jânio Quadros. Isso foi maior, pois foi a primeira e única vez em que a UDN chegou, pelo voto, perto do palácio presidencial. Das outras vezes ela tentou, mas, por golpes políticos.
O derrotado foi o Marechal Henrique Dufles Baptista Teixeira Lott grande vulto das Forças Armadas brasileiras. Independente, nacionalista, não se subordinava a Washington como boa parte dos seus colegas e tampouco tinha aversão ao processo democrático. Ao contrário. Impediu em 11 de novembro de 1955 um golpe dos “patriotas” contra a legalidade.
Nas eleições dois símbolos marcaram a campanha: a vassoura (para varrer a corrupção em Brasília) e a espada (da legalidade). Uma vez o Marechal estava em campanha no interior de Minas, num automóvel do aeroporto para o centro da cidade quando um eleitor de Jânio enfiou uma vassoura dentro do carro, pela janela e tentou atingi-lo. Lott mandou o carro parar e saiu no meio das facções em disputa, foi até o sujeito, tomou-lhe a vassoura, jogou-a no chão e disse com o dedo em riste: –“O senhor pode votar em quem quiser, é um direito que eu assegurei quando garanti a posse do presidente Juscelino. Mas o senhor respeite a mim e a democracia. Proceda como homem de caráter”. Voltou ao automóvel sob aplausos dos seus e silêncio dos udenistas. Jânio perdeu as eleições nessa cidade.
Logo que vim morar no Rio de Janeiro, vinha andando pela Rua Constante Ramos em Copacabana, quando na esquina da Nossa Senhora de Copacabana, cruzei com o Marechal Lott, já velhinho, ele e a esposa, andando no anonimato, vindo de uma igreja perto. Era um dia de domingo. E imediatamente não me lembrei daquela campanha que vivera menino ainda no Crato.
Lembrei-me do avô ferido em seus brios. De saber que o neto havia sido preso ilegalmente pelos cães da ditadura no período mais cruel dela, entre 1969 e 1970. Que o neto tinha sido torturado num quartel do seu exército até os limites da vida. Ele vestiu seu uniforme, armou-se, foi até o comandante e, consta, que disparou sua dignidade sobre o autor das torturas.
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