TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Kindle para autores - o E- book é o futuro ?



Por Ronaldo Brito Roque


Você já leu mil artigos sobre o Kindle, e todos eram enfadonhos e diziam mais ou menos a mesma coisa. Mas este é diferente. Não vou falar para o leitor, vou abordar o que o Kindle representa para o autor. E não preciso falar muito. Poucos argumentos liquidam a questão:
1 – A Kindle Store te dá 30 por cento das vendas, enquanto as editoras em papel te dão 10 por cento.
2 – Não há investimento inicial. Colocar um livro à venda pela Kindle Store é uma operação inteiramente gratuita. Se você não vender, não ganha, nem perde.
3 – Esta para mim é a melhor parte. Suponhamos que você esteja lendo um trecho do seu livro, e pense: “Puta merda! Essa frase não ficou legal. Eu gostaria de mudar.” Pois bem: se seu livro saiu por uma editora tradicional, você tem que esperar a segunda edição, o que pode não acontecer nunca. Mas se seu livro estiver na Kindle Store, basta você alterar o arquivo, carregá-lo novamente, e dentro de três ou quatro dias (prazo necessário para a aprovação) a versão atualizada estará à venda. Não tem burocracia, não tem conversa com editor, não tem segunda edição, é simples assim. Essa comodidade me rendeu o orgasmo do ano.
4 – Não tem gráfica, não tem papel da capa, papel do miolo, ISBN, nada disso. Tudo é entre você e a Amazon. Se por um lado isso aumenta a edição de porcaria, porque muita gente sem talento ganha oportunidade para publicar, por outro, facilita enormemente a vida de quem tem talento e esteva sujeito à mediação dos editores, consultores, gerentes de marketing e o escambal. O relacionamento é direto e infinitamente mais rápido. Você carrega um livro e seu leitor pode comprá-lo daí a quatro dias! É simples assim.
Então o futuro é Kindle. A Amazon cercou a questão por todos os lados. Ele é melhor para quem compra e para quem vende. Quem compra tem a facilidade de consultar o acervo e o prazer de receber o livro na hora, sem sair de casa. Quem vende tem a facilidade de colocar o produto à disposição do consumidor, e acompanhar os resultados no seu leptope. Então acabou. O que você acha que está faltando?
Estava faltando a possibilidade de usufruir disso tudo sem comprar o Kindle, que ainda está meio caro, mesmo com a baixa para 200 dólares. Mas agora essa possibilidade existe. Você pode instalar o Kindle no leptope ou no blackberry, ou ainda num celular que rode Andróide. Então acabou. A questão foi cercada – e resolvida – por todos os lados. O ebook não é mais uma promessa, é realidade.


Mais informações:
Sef-Publish with CreateSpace (como fazer uma edição para Kindle)

Kindle for PC (como ler no PC)
"Moldura" (novela de Ronaldo Brito Roque para Kindle)

"Duplo Sentido" (conto de Ronaldo Brito Roque para Kindle)

* * *
Ronaldo Brito Roque tem 32 anos. É autor de “Romance Barato” (editora Multifoco) à venda pela Livraria Cultura, e tem uma novela e um conto à venda pela Kindle Store: “Moldura” e “Duplo Sentido”. E-mail: britoroque@gmail.com

2 comentários:

joão alberto lupin disse...

zé flávio, ainda sou do século passado nesta questão de e-books e outras invenções.
não há nada que me tire o prazer de "tocar", "folhear","apreciar a capa" e "sentir o cheiro" se o livro for usado, de um livro em papel.
pras novas gerações, mais íntimas desses "gadgets", pode ser a saída pra se continuar lendo.
é isso.

jflavio disse...

Acredito tb Lupin que o livro não será substituído pelo Kindle; assim como a TV não eliminou o Rádio e o e-mail não acabou com a ECT. Existe este contato dérmico que o livro nos traz que é difícil de substituir. O e-book traz lá sua praticidade, pode carregar uma biblioteca com o peso de uma revista semanal. Abre ainda espaços editoriais interessantes, longe da voracidade das editoras ( por enquanto, claro...). Não tem , porém, a perenidade dos livros: qualquer bug e lá se foi tudo e aidna temos papiros legíveis com mais de 2000 anos, sem falar na Bíblia de Gutemberg ( ainda existem no mundo umas 35). Junto com a praticidade do e-book vem junto literatura ruim e, como na internet, vamos perder um tempo infinito em separar o joio do trigo