Por Ronaldo Brito Roque
Você já leu mil artigos sobre o Kindle, e todos eram enfadonhos e diziam mais ou menos a mesma coisa. Mas este é diferente. Não vou falar para o leitor, vou abordar o que o Kindle representa para o autor. E não preciso falar muito. Poucos argumentos liquidam a questão:
1 – A Kindle Store te dá 30 por cento das vendas, enquanto as editoras em papel te dão 10 por cento.
2 – Não há investimento inicial. Colocar um livro à venda pela Kindle Store é uma operação inteiramente gratuita. Se você não vender, não ganha, nem perde.
3 – Esta para mim é a melhor parte. Suponhamos que você esteja lendo um trecho do seu livro, e pense: “Puta merda! Essa frase não ficou legal. Eu gostaria de mudar.” Pois bem: se seu livro saiu por uma editora tradicional, você tem que esperar a segunda edição, o que pode não acontecer nunca. Mas se seu livro estiver na Kindle Store, basta você alterar o arquivo, carregá-lo novamente, e dentro de três ou quatro dias (prazo necessário para a aprovação) a versão atualizada estará à venda. Não tem burocracia, não tem conversa com editor, não tem segunda edição, é simples assim. Essa comodidade me rendeu o orgasmo do ano.
4 – Não tem gráfica, não tem papel da capa, papel do miolo, ISBN, nada disso. Tudo é entre você e a Amazon. Se por um lado isso aumenta a edição de porcaria, porque muita gente sem talento ganha oportunidade para publicar, por outro, facilita enormemente a vida de quem tem talento e esteva sujeito à mediação dos editores, consultores, gerentes de marketing e o escambal. O relacionamento é direto e infinitamente mais rápido. Você carrega um livro e seu leitor pode comprá-lo daí a quatro dias! É simples assim.
Então o futuro é Kindle. A Amazon cercou a questão por todos os lados. Ele é melhor para quem compra e para quem vende. Quem compra tem a facilidade de consultar o acervo e o prazer de receber o livro na hora, sem sair de casa. Quem vende tem a facilidade de colocar o produto à disposição do consumidor, e acompanhar os resultados no seu leptope. Então acabou. O que você acha que está faltando?
Estava faltando a possibilidade de usufruir disso tudo sem comprar o Kindle, que ainda está meio caro, mesmo com a baixa para 200 dólares. Mas agora essa possibilidade existe. Você pode instalar o Kindle no leptope ou no blackberry, ou ainda num celular que rode Andróide. Então acabou. A questão foi cercada – e resolvida – por todos os lados. O ebook não é mais uma promessa, é realidade.
"Duplo Sentido" (conto de Ronaldo Brito Roque para Kindle)
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Ronaldo Brito Roque tem 32 anos. É autor de “Romance Barato” (editora Multifoco) à venda pela Livraria Cultura, e tem uma novela e um conto à venda pela Kindle Store: “Moldura” e “Duplo Sentido”. E-mail: britoroque@gmail.com
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Ronaldo Brito Roque tem 32 anos. É autor de “Romance Barato” (editora Multifoco) à venda pela Livraria Cultura, e tem uma novela e um conto à venda pela Kindle Store: “Moldura” e “Duplo Sentido”. E-mail: britoroque@gmail.com
2 comentários:
zé flávio, ainda sou do século passado nesta questão de e-books e outras invenções.
não há nada que me tire o prazer de "tocar", "folhear","apreciar a capa" e "sentir o cheiro" se o livro for usado, de um livro em papel.
pras novas gerações, mais íntimas desses "gadgets", pode ser a saída pra se continuar lendo.
é isso.
Acredito tb Lupin que o livro não será substituído pelo Kindle; assim como a TV não eliminou o Rádio e o e-mail não acabou com a ECT. Existe este contato dérmico que o livro nos traz que é difícil de substituir. O e-book traz lá sua praticidade, pode carregar uma biblioteca com o peso de uma revista semanal. Abre ainda espaços editoriais interessantes, longe da voracidade das editoras ( por enquanto, claro...). Não tem , porém, a perenidade dos livros: qualquer bug e lá se foi tudo e aidna temos papiros legíveis com mais de 2000 anos, sem falar na Bíblia de Gutemberg ( ainda existem no mundo umas 35). Junto com a praticidade do e-book vem junto literatura ruim e, como na internet, vamos perder um tempo infinito em separar o joio do trigo
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