TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NO TEMPO DOS GRUPOS ESCOLARES – POR PEDRO ESMERALDO

Hoje, ao passar pelo antigo casarão na Praça da Sé, lembrei- me do velho grupo escolar Teodorico Telles de Quental. Era uma casa alugada provisoriamente pelo governador para dar mais impulsos a favor das crianças, quer de classe média, quer de classe pobre. Era uma escola igualitária, não havia privilégio para nenhum aluno. Todos eram iguais perante a lei.

Naquela época, o inicio das aulas era impreterivelmente ás 7:00 horas da manhã. Não havia folga. Todos os trabalhos eram executados com muito rigor.

A professora tinha por obrigação preparar as suas tarefas com antecedência e apresentar aos alunos com dignidade. O bom aluno aprendia muito e ninguém saia reprovado, se obedecesse rigorosamente o critério de estudo.

Naquele tempo ninguém falava em droga, aliás nem se sabia se existia essa erva. Os vícios que o pessoal adquiria eram de fumar e, por excesso, de bebida alcoólica. Também a violência provocada por excesso de bebida era de arrepiar cabelo. Geralmente nesse Pé de Serra do Crato, em pleno fim de semana, haviam noitadas terríveis, às vezes causando a morte.

A escola ficava localizada na Praça da Sé, na esquina da atual Rua Leandro Bezerra. Era um velho pardieiro, talvez construído no século XIX, que atendia precariamente as exigências dessa escola. A casa era ampla, com vários quartos, também amplos com um terreno espaçoso que abrigava as crianças na hora do recreio. Para mim foi uma ideia maravilhosa, pois gostava de entrar em contato com todas as classes sociais. Só assim observei melhor o comportamento do pessoal de baixa renda.

Em frente ao grupo, observa a grandeza da velha Praça da Sé. Era uma praça desprezada pela prefeitura, talvez porque não haviam recursos suficientes para transformá-la em praça chique e que oferecesse aos bons momentos de lazer.

Após as aulas, principalmente no período da tarde, a maioria dos alunos ia jogar bola sobre a graminha verdejantes da Praça da Sé que dava o nome ( capim de burro). Era um planta nativa, rasteira e que de servia proteção ao solo da erosão pluvial.

Em outros tempos, o governo estadual resolveu construir outra escola mas distante do centro da cidade, com salas amplas, adaptadas para as crianças e adolescentes do ensino médio.

Bem, bons tempos se foram. Hoje em dia, os alunos estudiosos e ansiosos para subir na vida têem que se esforçar para aparecer com muito interesse e conseguir algum lugar de destaque na vida futura.

Crato- CE, 04 de Agosto de 2010.

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