Nos tempos iniciais do Cariricult embarquei numa que estaria na praça da cidade do Crato, como uma espécie de vão central do Cariri, com os amigos, falando do que bem quisessem e como achassem melhor. Logo fui atalhado pelo Maurício Tavares que interpretava aquela imagem como uma espécie de ação acrítica entre os amigos, especialmente por que ali se tratavam de textos.
Como Maurício é do ramo, além de trocar as farpas de sempre com ele em defesa do que pensava, também vieram as reflexões igualmente enriquecedoras e vindas dos outros. Afinal agora existia o texto por comunicação, já não havia o burburinho simultâneo de vozes, que terminam se anulando pelo som e afinal criando um arranjo de consenso. Com texto é diferente: há o tempo solitário do escrever e a reação apenas depois, multifacetada, cheia de opiniões diferentes e, claro, de farpas com esgrimam entre corpos. O consenso é muito mais difícil e a divergência se aprofunda muito mais.
Este fenômeno que já havia surgido nos blogs, ficou mais intenso nas redes sociais, especialmente com o twitter. Agora mesmo houve um debate acirrado entre blogueiros do campo da esquerda, em razão do uso da palavra “feminazi” e o calor do incêndio foi maior e reacendia quase diariamente, exatamente no e pelo twitter. O interessante é que o incêndio deveu-se a problemas de preconceitos com o tema do feminismo, mas se revestiu essencialmente de disputas pessoais, por maior visibilidade na rede.
O que tento dizer é que este ano de 2010 foi um ano especial por dois motivos principais: a crise econômica dilacerando a zona do euro e as eleições brasileiras. Esta energia descomunal arrastou muito mais coisas que estavam um patamar abaixo e vieram para o centro dadas as semelhanças. Uma delas foi a questão da igreja católica, atravessada por mudanças extraordinárias num contraponto conservador do atual papado. Isso deixou nossos blogs em várias chamas.
As eleições presidenciais nem se fala: foi o centro das teimas. Gente abandonou o barco de alguns blogs, outros foram literalmente expulsos e muitos foram vetados sobre certos assuntos. Não foi por menos, além de haver uma grande esgrima nacional, no Ceará houve uma luta entre o passado que teimava em ficar e um novo que já havia tomado a sala principal. No Crato a força maior nasceu na própria política municipal, estimulada pelo seu governo, a sustentar opiniões de muitos debatedores.
Afinal não fiquei à margem de nada. Posso ter deixado má impressão com as divergências, mas garanto aos meus amigos que a idéia não foi agredi-los com o contraditório, apenas ser tão igual, que todos me reconheçam como parte, apesar de viver distante daí. Não quero dizer que a visão de mundo de cada um esteja errada ou superada, quando me coloco, por vezes, com outro pensamento, apenas quero dizer que ele existe. Não é convencimento, é mostrar validade de existência de mundos paralelos ou até mesmo transversais.
Gostaria de ter sido poeta, um bom contador de histórias, ter narrado transcendências que expliquem as platitudes da vida. Não consegui, mas o que consegui, foi mostrar como este filho da terra é. Sem me tornar exemplo, apenas parte do geral em transformação. Tudo muda, muito do que não muda não fica sem voz. Um dia vai aparecer um sussurro, mas depois serão gritos.
Espero que apesar de tudo, me compreendam e desculpem por nem sempre falar de flores. Mas é assim mesmo: o nosso querido Domingos Barroso fala dos insetos que passeiam nos cantos de seu olhar e sinto algo tão especial como o encanto dos “lírios dos campos”.
Enfim, isso é para desejar a todos um forte apego ao caminhar, a um ano novo sem medo do desconhecido. Desejar que estejamos nestas linhas a dar sentido coletivo a este belo e contraditório Vale do Cariri.
Como Maurício é do ramo, além de trocar as farpas de sempre com ele em defesa do que pensava, também vieram as reflexões igualmente enriquecedoras e vindas dos outros. Afinal agora existia o texto por comunicação, já não havia o burburinho simultâneo de vozes, que terminam se anulando pelo som e afinal criando um arranjo de consenso. Com texto é diferente: há o tempo solitário do escrever e a reação apenas depois, multifacetada, cheia de opiniões diferentes e, claro, de farpas com esgrimam entre corpos. O consenso é muito mais difícil e a divergência se aprofunda muito mais.
Este fenômeno que já havia surgido nos blogs, ficou mais intenso nas redes sociais, especialmente com o twitter. Agora mesmo houve um debate acirrado entre blogueiros do campo da esquerda, em razão do uso da palavra “feminazi” e o calor do incêndio foi maior e reacendia quase diariamente, exatamente no e pelo twitter. O interessante é que o incêndio deveu-se a problemas de preconceitos com o tema do feminismo, mas se revestiu essencialmente de disputas pessoais, por maior visibilidade na rede.
O que tento dizer é que este ano de 2010 foi um ano especial por dois motivos principais: a crise econômica dilacerando a zona do euro e as eleições brasileiras. Esta energia descomunal arrastou muito mais coisas que estavam um patamar abaixo e vieram para o centro dadas as semelhanças. Uma delas foi a questão da igreja católica, atravessada por mudanças extraordinárias num contraponto conservador do atual papado. Isso deixou nossos blogs em várias chamas.
As eleições presidenciais nem se fala: foi o centro das teimas. Gente abandonou o barco de alguns blogs, outros foram literalmente expulsos e muitos foram vetados sobre certos assuntos. Não foi por menos, além de haver uma grande esgrima nacional, no Ceará houve uma luta entre o passado que teimava em ficar e um novo que já havia tomado a sala principal. No Crato a força maior nasceu na própria política municipal, estimulada pelo seu governo, a sustentar opiniões de muitos debatedores.
Afinal não fiquei à margem de nada. Posso ter deixado má impressão com as divergências, mas garanto aos meus amigos que a idéia não foi agredi-los com o contraditório, apenas ser tão igual, que todos me reconheçam como parte, apesar de viver distante daí. Não quero dizer que a visão de mundo de cada um esteja errada ou superada, quando me coloco, por vezes, com outro pensamento, apenas quero dizer que ele existe. Não é convencimento, é mostrar validade de existência de mundos paralelos ou até mesmo transversais.
Gostaria de ter sido poeta, um bom contador de histórias, ter narrado transcendências que expliquem as platitudes da vida. Não consegui, mas o que consegui, foi mostrar como este filho da terra é. Sem me tornar exemplo, apenas parte do geral em transformação. Tudo muda, muito do que não muda não fica sem voz. Um dia vai aparecer um sussurro, mas depois serão gritos.
Espero que apesar de tudo, me compreendam e desculpem por nem sempre falar de flores. Mas é assim mesmo: o nosso querido Domingos Barroso fala dos insetos que passeiam nos cantos de seu olhar e sinto algo tão especial como o encanto dos “lírios dos campos”.
Enfim, isso é para desejar a todos um forte apego ao caminhar, a um ano novo sem medo do desconhecido. Desejar que estejamos nestas linhas a dar sentido coletivo a este belo e contraditório Vale do Cariri.
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