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quarta-feira, 25 de maio de 2011

No parlamento inglês Obama fez o reconhecimento - José do Vale Pinheiro Feitosa

Quem assistiu ao noticiário da tarde ou assistirá ao da noite de hoje, 25 de maio, ouvirá uma notícia histórica. O primeiro presidente de uma república a falar no parlamento Inglês local antes franqueado apenas à monarquia inglesa.

O presidente Obama falou para os representantes do povo inglês. Só que o importante da matéria não é bem o fato, embora demonstre a angústia de um tempo anglo-saxão. O importante da matéria, ouvirão, é Obama afirmar a hegemonia Americana e Inglesa e dos seus aliados europeus em face da movimentação dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

É possível que o jornalismo brasileiro se amue no costumeiro complexo de vira lata. Fique fazendo sinais de que o poderoso do mundo puxou as orelhas do Brasil. Pois é, antes os Beatles nem vinham ao Brasil e, no entanto, Paul teve vida nesta semana no Rio. Pois o poderoso do mundo, Obama que mata, citou o Brasil e seus aliados como pólo adverso ao mundo anglo-saxão.

Agora ao resultado: hoje o presidente do EUA reconheceu o que nunca antes fora reconhecido, existem dois pólos no mundo. Os velhos rapinadores do colonialismo, do neocolonialismo e do imperialismo enfrentando as ex-colônias agora com alguma condição de ditar regras também.

E o mais importante do avanço histórico: antes os anglo-saxões enfrentavam um pólo socialista e quase perdem a Europa para este pólo, mas agora o jogo é dentro do capitalismo. Todos os pólos em disputa estão no campo capitalista. Aí a novidade é maior e os efeitos mais transformadores.

Maiores e transformadores por que não se trata de confrontos de modelos diferentes, mas de uma “luta” por mercados dentro da camisa de força do mesmo sistema. Como a mãe natureza já reclama e os códigos do mercado são livres para consumi-la, é de se esperar desta briga grandes efeitos e a busca desesperada por outro mundo.

Como a conquista do espaço sideral ainda é uma virtualidade de sonhos, não tem como na era do renascimento, do mercantilismo e do iluminismo conquistar outras terras em outros mares, só nos resta construir outro mundo aqui mesmo nas nossas relações humanas.

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