Os donos do dinheiro, deprimidos, não investem e nem
arriscam. Mas ficam como barata tonta correndo de um lado para outro. Não
permanecem inertes em si, rodam a bolsa em busca de quem pague mais e de tanto
correr calçadas consomem a planta dos pés. Logo os pés onde todos nos apoiamos.
Deprimidos e correndo, também segue o povo. Sem salário,
renda, casa, comida e hospital. O povo emagrece, entontece com os restos de álcool,
esfarrapam suas vestes, a vida é um trapo. Sem prato, jogado de lado, o povo
torna-se uma amálgama dissoluta e putrefata onde os urubus, carcarás e gaviões
se alimentam.
Esse é o cenário de uma grande crise econômica. De uma crise
típica do capitalismo cuja natureza quem tem hoje menos de setenta anos nunca
experimentou. Igual a esta, mas noutra fase da história, só a crise que se
cristalizou em 1929. E são crises duradouras, após as quais tudo muda, deixando
o terreno que existia antes inteiramente fora de lugar.
Os rumos do que vinha sendo se perderam em 1998 e sem que
déssemos conta já se vão quatro anos e tudo piora. Por aqui não temos ideia do
que ocorre em países como Portugal,
Espanha, Grécia e Itália. Mesmo na França o lanho se faz em suas estruturas
sociais básicas e em sua economia. Só num mês foram retirados da Espanha U$ 66
bilhões e em nove meses foram U$ 200 bilhões, ou seja, 30% do PIB anual
espanhol.
Mas os montantes monetários são frios, desesperada é a vida
do Espanhol, sem emprego, proteção social, não apenas lhes faltam futuro o mais
grave é o presente que não existe. A crise que destrói os europeus tem a
natureza de um sismo permanente e diariamente novos abalos atingem áreas ainda
preservadas e destroçam os destroços já destroçados. Destroçada está a vida do
povo.
O terremoto desta crise é um abalo sistêmico. Antes o
epicentro foi na América do Norte, agora se encontra na Europa, mas sem que se
nomeasse como crise, já estivera no Japão, na Rússia, México e Brasil. A
diferença daqueles anos é que ainda não tinham ocorrido nos territórios
centrais do capitalismo e estes mais os organismos internacionais poderiam
salvar-lhes da tremedeira.
O epicentro não tardará a atingir outros locais. Inclusive a
América do Sul por suposto que a crise esteja superando este momento da
história. E os sintomas da crise têm pródomos que lhes antecipam. Tais
prenúncios se manifestam na cultura, na estética, no tema. Aparecem nas
manifestações públicas inclusive agora nas redes sociais e no troca a troca de informações
e manifestações.
Mesmo que acossado pela violência os personagens fora e
dentro da crise se comportam de modo diferente. A natureza prodômica dos
sintomas da crise se encontra no destempero de um Ministro do Supremo Tribunal
Federal e na voracidade da mídia por assunto fervilhante junto com a sede de
ocupar o campo da política substituindo os partidos.
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