Jamais! Mostraria meu riso de satisfação a alguém. Minha
alegria interior expô-la a esta gente gosmenta da qual guardo distância. Esta
gosma que ri para balançar o rabo a seus ídolos e patronos. Que muda de ideia
conforme os ventos assim como uma biruta de aeroporto.
Prefiro os becos desertos, os confins rurais, a imensidão da
praia e apenas os siris. Tudo que é humano é falso e circunstancial. Trapos que
abrem guarda-chuvas se os pingos caem, esfregam filtro solar quando a luz
amanhece, entornam fermentados em natura ou destilados para se dispersarem no
esquecimento que, afinal, nada conseguem
juntar.
Mais do que vacas mansas de presépio, se encontram na
tropelia de porcos em disputa pela lavagem na cocheira. Suas abocanhadas antes
das outras e por isso mesmo distribuída em duelos de abocanhadas entre si. São
meros saqueadores de partes de outrem com a satisfação de enfeitar-se de um
poder e visual que não possuem.
E tomo distância das suas invencionices, dos seus arroubos
de arte, das artimanhas de suas narrativas e ideias. Tudo o que resta é uma
balburdia resumida a eles mesmos. Apenas eles se entendem e sentem o que sentem
não se sabe por qual sublimação da idiotice genérica.
Mesmo os edifícios que são as suas expressões materiais na
crosta do mundo se tornam rochas ocas a se deteriorarem rapidamente. As obras
de arte, todas elas, expressionistas, figurativas, livros, artesanatos ou que
mais houver, são a mais absoluta solidão do ser. E intenção mesmo que sob o
sigma do absoluto nonsense tudo se resumirá ao que todas as obras humanas são: a
solidão humana de sua compreensão. Apenas eles a entenderão. De resto serão
apenas acidentes geográficos.
Tenho asco do contado desta gente. Nada do que lhes é símbolo
perde o putrefato sentido de suas entranhas. Os suores, os cheiros, os dejetos,
as caspas que se despregam do couro cabeludo, o sebo que brilha na testa e o
esmegma da sujeira genital. Tenho nojo destes fluidos seminais que misturados
geram estes seres sebosos, ensanguentados e melados de uma gosma viscosa à
vista de um trançado e descartável cordão umbilical.
As eructações da gororoba ingerida e depois tornada um suco
gástrico azedo que sobe feito uma chaminé em busca de uma saída diretamente às
narinas que se deleitam com perfumes e se enojam com tais odores. O que não se
dirá da extrema derrota da vida: entre roncos e sopros de esforço, com as
pernas dobradas para não receber o conteúdo, destas veias cheias do pescoço e a
vermelhidão do rosto a expulsão o bolo alimentar fétido das bactérias
intestinais.
Detesto tudo que é humano e por isso estou longe desta
humanidade degenerada. Vinculado a mim mesmo, sem outro móvel de repulsão. Sem
a quem repulsar. Repulsar.
A mim mesmo. Pleno do mesmo fato da mesma natureza adversa.
A minha pessoa física.
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