Já há cerca de 1.000
anos o filósofo “Branxu” anunciava em seu concorrido blog uma verdade
incontestável: “em ano de eleição, despreocupem-se, milagres fluirão”. E de lá
até cá, recorrentemente tal assertiva a cada ano eleitoral se comprova.
Já há algum tempo, por
exemplo, a população do Crato delegou ao senhor Ely Aguiar a imensa
responsabilidade de representá-lo na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará.
E por uma razão cristalina: faltava ali alguém que lutasse por recursos e investimento
capaz de nos tirar do marasmo e do esquecimento a que o Crato foi relegado pelos
seguidos chefes do poder Executivo Estadual (e que já perdura há décadas). Uma
voz que se imponha e se faça ouvir, em defesa da terra um dia rotulada “princesa
da Cariri”.
Mas, como findou por
comprovar que não estava preparado para a nobre missão, em termos de projetos
ou bandeiras que justificassem seu mandato (o que ficou evidenciado ao longo do
exercício de mais de uma legislatura), espertamente o referido senhor se
agarrou como um solitário náufrago a uma idéia chamativa e de apelo popular: erigir
na entrada da cidade a estátua de Nossa
Senhora de Fátima (que não é nem a padroeira do município) objetivando atrair visitantes
outros e, conseqüentemente, divisas para o município.
Só que, construída na mesma
dinâmica do andar de uma tartaruga grávida e com uma das patas fraturada, coincidentemente
é sempre às vésperas de alguma eleição que a obra assume a velocidade de um daqueles
bólidos da Fórmula 1: 300 por hora.
Pois bem, agora mesmo,
como estamos no final do ano e logo ali na esquina nos espera um ano de eleição
majoritária e proporcional, o senhor deputado (pensando na reeleição) já
começou a velha e desgastada cantilena, anunciando aos quatro ventos: “agora...vai”,
a estátua será finalmente inaugurada.
Fato é que, sendo ou
não concluída às vésperas da eleição, a população do Crato deveria desde já
pensar em sufragar o nome de alguém comprometido com a cidade durante todos os
dias do seu mandato e não um que, em termos de “custo X benefício”, acaba saindo
muito caro pra todos nós, cratenses.
Assim, por que não renovar,
inovar, trocar, reciclar e, enfim, experimentar algo novo, acabando de vez com esse
puxa-encolhe desgastante e que não termina nunca, redundando em decepções
contínuas, zero à esquerda em termos de alavancagem desenvolvimentista.
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