Quando compareceu à CPI do Congresso Nacional a fim de
prestar esclarecimentos a respeito das supostas irregularidades acontecidas na
Petrobrás, o ex-funcionário da empresa, senhor Paulo Roberto Costa, exerceu na plenitude o seu direito
constitucional de permanecer calado. Não soltou um pio.
Em off, entretanto, num átimo de surpreendente sinceridade,
assegurou que assim procedia porque se abrisse a boca naquele momento (antes do
primeiro turno) a eleição presidencial brasileira corria o risco de não se
realizar (embora, àquela altura, já houvesse “aberto o bico” e contado tudo
para a polícia federal paranaense).
Nos bastidores, porém, já houvera vazado e a mídia divulgado
com estardalhaço a informação que pessoas comuns, governadores e deputados vinculados
a diversas agremiações partidárias (PSB, PT, PMDB e PP, dentre outras) estariam
envolvidas no recebimento de polpudas propinas, via superfaturamento na
Petrobrás. Dentre elas, os governadores de Pernambuco (o falecido Eduardo
Campos-PSB), do Ceará (Cid Gomes-PROS) e do Maranhão (Roseana Sarney-PMDB).
Eis que agora, às vésperas do segundo turno de uma decisão
que tem tudo para ser das mais acirradas, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara
Federal em Curitiba, resolve divulgar um vídeo de parte do depoimento do senhor
Paulo Roberto Costa, onde são nominadas pessoas e partidos políticos supostamente
beneficiadas com as tais propinas. Com um estranho e estarrecedor “detalhe”: os
envolvidos, bem como os partidos políticos, todos são da base de apoio do
governo federal.
Como o PSB (Eduardo Campos), que houvera sido citado lá atrás
como um dos beneficiários do esquema, em razão da suposta “propina grossa” que
grassou nas obras da Siderúrgica Abreu de Lima (em Pernambuco) agora no vídeo
divulgado pelo juiz Sérgio Moro foi omitido ou não citado, conclui-se que teria
havido uma espécie de “excesso de cuidado” ou “vazamento seletivo” visando
influir no resultado da eleição (afinal, é bom repetir, só o pessoal e partidos
da base governista foram citados).
Seria a chamada “bala de prata”, tão ansiosamente aguardada
pela oposição, mas ao mesmo tempo a
prova definitiva de que o Poder Judiciário brasileiro, aqui representado por um
iluminado qualquer (dizem que vinculado ao DEM), contrariando o que dele todos
esperam, resolveu pela parcialidade em seus julgamentos.
Triste e lamentável, que merece uma resposta do povo (afinal,
queiram ou não os opositores do governo, o Brasil mudou e mudou muito, pra
melhor, nos últimos doze anos).
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