Primeiro, temos que acabar com
essa “conversa mole” de que 3.459.963 votos de maioria é pouca coisa ou um
número representativo de uma vitória apertada. Afinal (e levando em conta o
último senso), trata-se de um contingente equivalente às populações (individuais)
dos estados do Rio Grande do Norte (3.419.550) ou Alagoas (3.327.551), ou mesmo
à de todo um país, como o vizinho Uruguai (3.286.314 habitantes); ou ainda, levando
em conta o nosso terreiro, algo como 28 vezes toda a população do Crato
(homens, mulheres, crianças, idosos, jovens e por ai vai, eleitores ou não).
Pois bem, DERROTADO por Dilma
Rousseff por tão “expressiva diferença”, o tucano Aécio Neves, ao retomar suas
atividades no Senado da República, mostrou ao Brasil que a não materialização
do GOLPE ELEITORAL que em última instância visou beneficiá-lo (e que tinha
conhecimento), perpetrado contra a democracia pela revista VEJA-ÓIA, TV-GLOBO e
os jornalões sudestinos (quando denúncias sem comprovação foram veiculadas às
vésperas da eleição, como se fossem verdade), ainda não foi de todo absorvido.
Tanto é que, ao invés de tentar
acalmar os ânimos dos correligionários, lembrando-lhes que passamos por um
processo democrático onde o vencedor, segundo a Constituição Federal, é aquele
que obtém maioria dos votos (nem que seja só “umzinho”), o “playboy do Leblon”,
mostrando imaturidade, arrogância e prepotência, e estimulado pelo clamor de
babas-ovos e bajuladores de plantão, no seu primeiro pronunciamento plagiou a
candidata (duplamente derrotada) Marina Silva e deitou falação sobre uma tal
“vitória na derrota” (dele) e que a presidenta reeleita teria tido, ao
contrário, uma “derrota na vitória”, devido à suposta pouca margem de vantagem
obtida. E assim, estribado em tal premissa, ousou sugerir que a presidenta de
todos os brasileiros deverá se submeter à sua agenda, à agenda raivosa dos que
se abrigam debaixo do seu furado guarda-chuva.
Chavões e babaquices de lado, a
tentativa de tentar “desqualificar” a vitória da oponente é própria daqueles
que usam viseira, que não se preocupam com o “macro”, que priorizam interesses
comezinhos, que se apegam às questões “micro”, daí a insistência em não admitir
a realidade (que perderam, sim, apesar do “golpe” midiático que resultou frustrado).
No mais (e isso era previsível),
há que se reconhecer que o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff será extremamente
difícil, em razão do momento complicado que as nações de todo o mundo atravessam
(e o Brasil não é uma ilha), do ter que conviver com políticos mafiosos que
parecem não se preocupar com o país, bem como em razão da reiterada intenção de
atrapalhar manifestada por uma oposição partidária do quanto pior melhor e, pelo
andar da carruagem, sequiosa por trilhar a rota da ilegalidade.
Agora, aqui pra nós, tudo tem um limite. Até “palhaçadas” tipo sugerir a
volta dos militares (que, disciplinados, parecem conscientes do seu papel na
manutenção da ordem e da institucionalidade), ou o desfraldar a bandeira do
“impeachment”, na tentativa de impedir que a escolha do povo seja estuprada,
sem qualquer fundamentação legal sobre (afinal, a presidenta Dilma Rousseff não
cansa de repetir que a apuração da questão envolvendo desvios na Petrobrás será
levada às últimas conseqüências, doa a quem doer e nem que a vaca tussa).
Definitivamente, são uns babacas. Mas, perigosos e, pois, merecedores de
acompanhamento “full time”, já que herdeiros da filosofia de Carlos Lacerda,
que, contrário ao candidato Getúlio Vargas, saiu-se com essa hediondez: “o candidato,
não deve ser eleito; eleito, não deve tomar posse; empossado, devemos recorrer
à revolução para impedi-lo de governar”.
Deveriam saber que os tempos são outros e fanfarronices da espécie não
mais vingam. Assim, depois de alguns ajustes necessários Dilma Rousseff será
empossada, sim, assumirá, sim, e, apesar da torcida contra de uns poucos
sectários e intransigentes, repassará o bastão para Lula da Silva, ao final do
seu mandato.
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