Farinha do mesmo saco,
só que até então momentaneamente no exercício de um cargo superior no Poder
Executivo, o senhor Cid Gomes bem que tentou tergiversar, enrolar de alguma
forma, fugir do confronto, quando do seu depoimento aos “colegas-políticos” do
Poder Legislativo Federal (Câmara dos Deputados) no momento em que ali
compareceu a fim de explicar-se sobre a alcunha de “achacadores” que houvera
impingido à maioria deles (de 300 a 400 - indistintamente), dias antes.
Ex-parlamentar e tendo
ascendido à Governadoria do Estado do Ceará por obra e graça de acordos não tão
republicanos nos bastidores, ao longo do tempo o senhor Cid Gomes acostumou-se
a lidar com os “amestrados cordeirinhos” da Assembléia Legislativa do Ceará,
vergonhosamente pródigos em satisfazer seus caprichos e vontades (vide a nebulosa
questão da construção do tal Aquário e/ou a indicação da cunhada Patrícia Gomes
para o cargo vitalício de conselheira do Tribunal de Contas do Estado, sem que
tenha a mínima qualificação técnica); pois bem, mal acostumado imaginou que com o papo furado que lhe é
peculiar poderia sair incólume da refrega.
Assim, num primeiro
momento insistiu que o encontro que tivera com estudantes da Universidade do
Pará (onde se pronunciara sobre) se dera em ambiente fechado, que a gravação da
conversa por parte de alguém não autorizado nada valia e, portanto, ilegal seria,
que quem ali se pronunciara fora a “pessoa física” e não a figura institucional
do Ministro de Estado (quanta babaquice) e, enfim, que tinha o maior respeito
pelo Legislativo, porquanto um ex-integrante, a nível estadual.
De nada adiantou,
porém. Sabedores da sua recorrente instabilidade emocional quando sob pressão,
do seu pavio curto quando questionado duramente, da sua pouca paciência para o
debate (já que acostumado a mandar e desmandar), os mafiosos e desacreditados parlamentares
federais foram astuciosamente atraindo-o para a armadilha, paulatinamente
minando-o psicologicamente, até que deu-se a explosão.
Assim, e como “bicudos
não se beijam”, quando instado a nominar os “achacadores” e ato seguinte rotulado
contundentemente de “palhaço” por parte de um dos seus inquisidores, Cid Gomes,
ao invés de humilhar-se num pedido de desculpas (como sugerido pelos
deputados-bandidos), resolveu abruptamente abandonar o recinto, sem que antes
haja jogado sobre eles e principalmente sobre os ombros dos componentes da base
aliada do governo, a pecha de achacadores, porquanto desleais para com a
Presidenta da República, desde sempre.
Aqui, um parêntesis para esclarecimento:
a respeito dos políticos com assento no Congresso Nacional, em nossa última
postagem abordando a questão da Petrobras afirmamos peremptoriamente que... “dentre os diversos senadores e deputados a
serem investigados, os presidentes das duas casas legislativas – Senado e
Câmara Federal – encabeçam a lista, numa prova inconteste de que o principal
antro de safadezas, corrupção e falcatruas ali se encontra; particularmente,
entendemos que não são apenas 300 ou 400 picaretas; do total de 594
parlamentares (513 deputados e 81 senadores) com muito, mas muito esforço
poderíamos livrar a cara de 10% e olhe lá. Chega de hipocrisia. Há que se achar
uma reforma política que obste toda essa cafajestice”.
Portanto, apesar de nunca
termos sufragado os Ferreira Gomes e Jereissatis da vida, não temos nenhum
constrangimento em admitir que o senhor Cid Gomes conseguiu verbalizar – e num
ambiente superlativo e repleto de holofotes - tudo aquilo que boa parte da população brasileira pensa a respeito dos
políticos: não passam de pessoas sem escrúpulos, que legislam em causa própria.
Só que acrescentaríamos: inclusive os Ferreira Gomes.
E se alguém tem alguma dúvida
sobre a barafunda e desonestidade que caracteriza seu modus operandi, basta
atentar para o multifacetado histórico partidário e/ou consultar professores,
médicos, militares e funcionalismo público do Ceará sobre o que acham dos
Ferreira Gomes.
Portanto, causa espécie que
queiram agora transformar o senhor Cid Gomes numa espécie de herói nacional, autentico
paladino da moralidade em razão de ter se estranhado com colegas da mesma
estirpe e que rezam o mesmo credo. E de uma coisa tenhamos certeza: com a hiper
divulgação do imbróglio, espertamente os Ferreira Gomes tentarão usá-lo para
creditar-se a vôos mais altos num futuro. Esperem para confirmar.
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