A MENSAGEM FANTASIADA
O meio é a mensagem. Famosa frase do pensador McLuhan, que
demonstrou ser a informação era “processada” pelos meios de comunicação, para
então ser entregue. Em outras palavras a informação já não era mais a
originária.
Quem entrega a mensagem acrescenta, subtrai, inverte,
transforma a informação. E inclusive autocensura, esconde a informação do
grande público. Hoje a crítica feita aos meios de comunicação, especialmente os
hegemônicos é que fazem tudo isso pelo que se chama editar a informação.
Alberto Dines em entrevista com o pensador Zygmunt Bauman
levanta a solução da pluralidade de fontes de informação, para que a população
pudesse ter melhor consciência de sua realidade. Ao mesmo tempo que concorda
com Dines, Bauman aponta um revés grave neste caminho.
As pessoas estariam tão desejosas de conforto que teriam criado
verdadeiras zonas de proteção para não se exporem a outros, a ideias e
circunstâncias que se tirem pasmaceira confortável. Enfim a imagem clássica da
redução do burguês de revolucionário a uma enfadonha vida de negócios e
convenções mudas e surda.
O pensador inclusive aponta as redes sociais e a internet em
geral como um exemplo desta criação de “zonas de conforto” (acrescente a
dezenas de opções de canais de televisão com o controle remoto para correr
rápido do desgosto). Ali apenas dialogamos e procuramos o que não nos incomoda,
aquilo do qual não divergimos, “desligamos” tudo que é incômodo.
Ou seja, as pessoas podem até ter fontes plurais de
informação, mas tenderiam a se manter inertes a elas para não ter que articular
suas próprias contradições. Esse é certamente o lado da cultura de consumo, da
mercadoria enfeitiçada, dos símbolos irreais de uma digestão rápida de
processos, performances e objetos.
Mas a crítica não se perde, apesar das zonas de
conforto. E mais ainda, logo a contradição
é tão marcante que a inquietação se sobreleva ao conforto que, em última
análise, depende das circunstâncias afinal mutáveis. E temos fôlego e
indignação para apontar a censura das grandes corporações de Meios de
Comunicação e de suas Agências de Notícias, todas sediadas nos países centrais
(especialmente EUA) e sujeitas a todo tipo de pressão ideológica das Agências
Governamentais de natureza imperial.
Ernesto Carmona, jornalista, escritor chileno e jurado
internacional do Project Censored, publicado em Proyecto Censurado e traduzido
por Carlos Santos para o site esquerda.net e reproduzido pelo site Carta Maior,
aponta as 10 notícias mais censuradas pela grande mídia em 2014 e 2015 foram as
que seguem abaixo.
O 1% mais rico possui metade da riqueza mundial, de modo que
em 2016 apenas um 1% da população possuirá mais riqueza que os 99%
restantes. A segunda é que o fracking
(processo de fratura hidráulica do subsolo para extrair petróleo e gás) envenena
as águas subterrâneas. Esse envenenamento contaminou os aquíferos da
Califórnia.
A terceira notícia mais censurada foi que 89% das vítimas paquistanesas
de drones americanos nem seque são apontados como militantes islâmicos (ou
seja, o famoso efeito colateral). A quarta é que a luta da Bolívia pelo direito
à água deu certo e muitos países seguem o exemplo. A quinta: o
desastre nuclear de Fukushima se espalha pelo Oceano Pacífico e já ameaça
chegar à costa ocidental da América do Norte.
A sexta notícia é que os níveis de metano na atmosfera
atingiram o máximo histórico nos últimos anos e o Oceano Ártico tem perigo
crescente e com alterações de modo abrupto, inclusive com a liberação de
grandes quantidades de metano que é contido pelo gelo. A sétima notícia é que o
medo da espionagem dos governos condiciona a liberdade de expressão dos
escritores, incluindo jornalistas e advogados. Em comparação com outras nações,
a polícia dos EUA mata muito mais: 100 vezes mais que as polícias inglesas, 40
vezes mais letal que as alemãs e 20 vezes mais que as canadenses.
As grandes corporações de mídia vivem de afagar os egos dos
multimilionários esquecendo-se dos pobres. E a décima é que a Costa Rica já tem
predomínio em sua matriz a energia renovável. Assim diminuindo a geração por combustíveis.
Isso apenas significa que a grande mídia é apenas um projeto
geopolítico. E todos os impactos citados, positivos e ou negativos, devemos
avaliar com critério inclusão e exclusão. Não repetir os erros já verificados.