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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Brasileiro possui memória curta. Mas têm coisas que ele não esquece!

Quem NÃO LEMBRA quando o FHC e seu governo argumentavam que as privatizações permitiriam o pagamento de parte substancial da dívida interna, possibilitariam os investimentos que o Estado não conseguia mais viabilizar, além de melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Segundo o governo federal, de 1991 a 1998 o país teria arrecadado 85 bilhões de reais com as privatizações.
E os brasileiros NÃO ESQUECERAM que cálculos mostraram que – mesmo desconsiderando os preços subavaliados e o impacto social negativo – o governo perdeu pelo menos 87 bilhões de reais com as privatizações.
Mesmo LEMBRANDO que tenha produzido um abatimento contábil na dívida interna, NÃO ESQUECEMOS que as privatizações aumentaram a dívida externa e o passivo externo do país. Como ? NÃO ESQUECEMOS, com os empréstimos contraídos no exterior por empresas privadas que compraram estatais. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.
NÃO ESQUECEMOS que com a abertura comercial (desde 1990) e com o dólar valorizado (desde 1994), o país gerou um déficit comercial acumulado de 23,5 bilhões de dólares durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995-98). Estas importações foram possíveis graças ao fluxo de capitais estrangeiros: o consumo presente – em reais – foi "financiado" por uma dívida futura – em dólares.
O trabalhador e o Empresário Brasileiro NÃO ESQUECEU a inundação de importados, somada aos altos juros, levando um grande número de empresas ao fechamento ou ao "ajuste": demissões, ampliação de jornada, "flexibilização" de direitos e redução salarial. Como parte do consumo foi realizado a crédito, o desemprego e o fechamento de empresas gerou também uma forte inadimplência.
NÃO ESQUCEMOS que na era FHC grande parte do capital estrangeiro que entrou no Brasil destinou-se à especulação e à aquisição de patrimônio já existente, não resultando, portanto, em novo investimento e crescimento econômico. O governo brasileiro incentivou o chamado investimento estrangeiro direto, por meio de subsídios e renúncias fiscais. Bancos públicos emprestaram dinheiro para que empresas estrangeiras comprassem nossas estatais.
NÃO ESQUECEMOS que a taxa média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%.
NÃO ESQUECEMOS que o governo do PSDB foi conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.
NÃO PODERÍAMOS ESQUECER do escândalo contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
OS BRASILEIROS LEMBRARAM que as campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
LEMBRAMOS também da privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce que foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
NÃO ESQUECEMOS TAMBÉM das conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
Parando por aqui, NÃO ESQUECEMOS a pior das ações de FHC, alugar aos EUA a base de Alcântara, quando seu governo enfrentou resistências para aprovar o “acordo de cooperação internacional” que permitia aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Colegas, sabemos que nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição no Brasil e pouco se noticiou, mas mesmo diante da falta de informações claras e verdadeiras ao povo brasileiro, este povo sentiu este governo na pele, por isso deu a resposta que tem boa memória sim, principalmente quando se trata de uma vida de SOFRIMENTO e CONFORTO, para dar uma basta ao sofrimento em 2003 elegeu Lula, e para mostrar que as coisas boas marcam e jamais são esquecidas reelegeram novamente em 2006.

Saudações Geopolíticas!
João Ludgero

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

FHC E DANIEL DANTA JUNTOS: O PULO DO GATO - AS PRIVATIZAÇÕES

Colegas vejam essa matéria sensacional escrita pelo Jornalista da VEJA, Diogo Mainardi, onde ele deixa claro a relação entre FHC e Daniel ! Não turma vocês tem razão eu estou só brincando a matéria é de Anselmo Massad e Glauco Faria, dois grandes jornalistas da Revista Forum. Vocês acham que o Diogo Mainardi teria coragem de escrever algo sobre os seus patrões, principalmente quando se trata de um funcionário inábil.

Leiam e se revoltem um pouco, não por eles, mas em saber que existe gente que os defendem!
Na elaboração do Plano Real, lançado em 1993, estavam pessoas próximas a Dantas. A mesma Eliana Cardoso do Consenso de Washington estava lá, assim como Pérsio Arida. Este foi diretor do Banco Central no governo Sarney e, no governo Itamar, ocupou a presidência do BNDES até 1995, quando se tornou o primeiro presidente do BC na era FHC.
Sua esposa, Elena Landau, foi diretora de Desestatização do BNDES, posto assumido ainda no governo Itamar. Em entrevista ao site Bolsa Mulher realizada em janeiro de 2001, em que fala do seu gosto por casamentos, sobre como manter a forma e cuidar dos filhos na “loucura do dia-a-dia”, Landau arranja um espacinho para falar das privatizações: “Foi uma fase interessante porque precisávamos dar um empurrão. O negócio tinha que pegar e pegou. Aí eu fico muito satisfeita”, conta. “Tinha uma certa dúvida se o Itamar Franco ia dar continuidade. A gente começou a pensar em serviços públicos, começou a discutir a questão das agências reguladoras. Então, teve uma parte conceitual muito interessante de trabalhar e uma parte mesmo do dia-a-dia. É um desespero o dia-a-dia da privatização. Ela era uma coisa assim. Ao mesmo tempo que você tinha que vender uma empresa, você tinha que entender de avião e, do outro lado, você tem que entender de ferrovia. Você tinha que aprender um pouco de tudo. Era legal porque era uma época em que tinha uma confiança na questão da privatização.”
A saída do casal do governo (primeiro Arida, depois Landau) mostra como no Brasil a relação entre o público e o privado é algo sombrio. Arida, dez meses após deixar a presidência do Banco Central, passou a ser sócio de Dantas no Opportunity e a ocupar uma cadeira no Conselho da Vale do Rio Doce como representante do grupo. Já Landau ocupou uma vaga como representante da Southern Electric Participações do Brasil, consórcio formado pela Southern, AES e o grupo Opportunity, no conselho da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig) em 1997.
Mas Landau tinha razão quanto à popularidade da privatização à época do primeiro mandato de FHC. As estatais vendidas anteriormente eram tidas como modelo, já que seus balanços apresentavam números excelentes. Claro que não se incluía na discussão outros dados, como o investimento feito antes da venda e nem as condições pra lá de favoráveis proporcionadas aos compradores. Mas a opinião pública não tinha a aversão de hoje, que fez até o candidato tucano Geraldo Alckmin contradizer, nas eleições de 2006, o passado privatista de seu partido no poder.
Com a estabilidade econômica, FHC estava à vontade para aprovar no Congresso as mudanças necessárias para incrementar o programa instituído por Collor. Mas os mecanismos precisavam ser aperfeiçoados e, para isso, o governo conta com a colaboração do próprio Daniel Dantas, de acordo com relato dele próprio na CPI conjunta dos Correios/Mensalão, em 21 de setembro de 2005. O banqueiro contou que foi procurado em 1996 pelo Citibank, que estaria interessado em formar um fundo para investir no Brasil. “Foi-nos então dito que, para que essa iniciativa pudesse se concretizar, era necessário captar recursos institucionais, outros adicionais aos recursos que seriam investidos pelo Citibank. O volume de investimentos que eles fariam era expressivo e catalisaria e fomentaria outros investidores que nos acompanhariam nessas iniciativas. Havia uma perspectiva, que foi concretizada, de que pudéssemos trazer para o Brasil algo em torno de US$ 3 bilhões”, explicou Dantas à comissão. “Eu, em conjunto com os representantes do Citibank, fomos ao governo brasileiro, inicialmente ao presidente Fernando Henrique Cardoso, e pedimos e sugerimos que, se fosse possível, criar uma linha e uma estrutura que pudesse apoiar esse tipo de iniciativa. Fizemos uma primeira explanação do que se tratava esse tipo de fundo, que, em inglês, chama-se um fundo de private equity, mas como acho melhor usar o termo em português, se pudesse arriscar uma tradução, um fundo de participações privadas.” Sugestão aceita, Dantas pôde viabilizar investimentos e consolidar seus negócios participando de boa parte das privatizações feitas no governo FHC. O que deveria ser gestão de recursos se tornou controle absoluto de empresas a partir de uma minoria acionária e um emaranhado de confecções de estruturas societárias. Mas contando também com a providencial ajuda dos fundos de pensão, uma relação que se explicitou a partir do chamado “escândalo dos grampos”.
Um diálogo gravado ilegalmente mostrava a disposição do governo em resolver os “problemas” decorrentes da negociação envolvendo a venda das empresas da área de telefonia.

– Está tudo acertado – dizia o então ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros – Mas o Opportunity está com um problema de fiança. Não dá para o Banco do Brasil dar?
– Acabei de dar – assegurava Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor de relações internacionais do Banco do Brasil e com extrema influência na atuação do fundo de pensão do banco, a Previ. – Não é para a Embratel, é para a Telemar.
– Dei para a Embratel e 874 milhões para a Telemar. Nós estamos no limite da nossa irresponsabilidade. São três dias de fiança para ele – responde Ricardo Sérgio.

No caso da Telemar, a manobra não foi bem sucedida, mas Dantas conseguiu, com o apoio da Previ – fundo previdenciário dos funcionários do Banco do Brasil, o maior do país – e de outros fundos de estatais, arrematar o controle, até 1998, do porto de Santos, da Brasil Telecom, do Metrô do Rio, da Sanepar e da Cemig.
Mas a relação não seria um mar de rosas. Muitos conheceram a voracidade de Dantas no episódio da compra da Tele Centro-Sul, em que os fundos entraram com o dinheiro necessário para comprar ações preferenciais (sem direito a voto), a R$ 1 mil cada, enquanto uma empresa controlada “virtualmente” pelo advogado Luiz Raymundo Tourinho Dantas, pai do banqueiro, pagava R$ 1 por ação ordinária (com direito a voto), abocanhando 62% delas e o controle da companhia. Os fundos não gostaram do passa-moleque.
Em 2000, as relações iriam azedar ainda mais, em especial com a Previ. O fundo de pensão do Banco do Brasil viu assumir, pela primeira vez em sua história, os primeiros diretores eleitos entre os participantes – para administrar passivos, enquanto os negócios futuros se mantêm nas mãos dos indicados pelo governo até hoje. Essa possibilidade levou diretores ligados à oposição ao governo federal da época para cargos como a diretoria de Participações e de Administração.
Tal movimento foi responsável pelo início da briga para tirar do Opportunity o controle das empresas, efetivado mesmo na condição de sócio minoritário. As tentativas judiciais avançaram até junho de 2002. Um mês depois de uma reunião entre Dantas e o presidente da República Fernando Henrique Cardoso, foi divulgada a decisão de dissolver a diretoria da Previ. Entre os destituídos estavam três diretores eleitos, Sérgio Rosa, Arlindo Oliveira e Henrique Pizzolato, que depois seria diretor de marketing do Banco do Brasil e acusado de receber R$ 300 mil do valerioduto em 2005.
Depois da mudança de governo, Rosa assumiu a presidência do fundo e novas investidas foram feitas. Ainda em 2003, os fundos conseguem tirar Dantas do controle do CVC/Nacional e romper o “acordo guarda-chuva” que mantinha todos os votos de acionistas alinhados e exigia 90% dos votos para modificar a estrutura. No caso da Brasil Telecom, apesar de os fundos terem 49% das ações, não tinham sequer direito a voto no conselho de administração.