TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A FOTOPOESIA DE UMA INSÔNIA

A madrugada acordou em mim.
Meus olhos, ping-pongueiam de um lado para o outro.
Seria ânsia, idade?
Galos, oh! Desorientados pavaroteiam,
Irrompendo o silêncio com suas óperas!
Porque não há relógios nas paredes do céu?
Hoje, as carruagens de fogo não cruzaram o fundo do mar!
As fadas não colheram cajus em meu quintal!
A Gisele não tocou a companhia, com isso,
Não rubriquei os lençóis em devaneios Domjuânicos.
A madrugada acordou em mim e,
O pesadelo fora de aviões bombardeando
Os subterrâneos da minha alma!
Autoretrateio-me, sob a luz azul da lua do criador
E a amarelo queimado de um lampião Rayo-Vac,
Da indústria moderna dos homens!
Na fotografia entre paredes e grades não reclamo
Da liberdade, da minha sugestiva nudez, estou puro!
Minha cama pegou no sono e dorme na minha ausência!
São 2.40hs Am, de um dia qualquer no calendário cristão.
É incrível como a noite escreve poemas... e, os poetas assinam!

Pachelly Jamacaru

3 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

"As fadas não colheram cajus em meu quintal!"

Simplesmente duca!!!

socorro moreira disse...

Demais!!! Eu decoro teus poemas...
" É incrivel como a noite escreve os poemas... e os poetas assinam!"

E quem dita pra noite, o verso? São os pirilampos , querendo o pó das estrelas!

Dihelson Mendonça disse...

Maravilha, cara - minha cama pegou no sono e dorme sem mim...

abraços.