Há uma bala perdida,
para ti há muito prometida,
mas pode ser de repente cedida,
tudo depende da pressa vivida.
Existem balas, a gosto, perdidas,
para a artista da TV Globo, urdida,
a professora na ociosidade devida,
a universitária na faculdade fingida.
São tantas as perdidas, porém achadas,
pelos investigadores de conclusões taxadas,
as balas de estatísticas gráficas apresentadas,
e das trajetórias balisticamente erradas.
Mas o Governo há de dizer: estão perdidas,
as pessoas, o governo, as balas estão,
o emprego também, o futuro é em vão,
velhos e moços, defunção na terra cindida.
E os jornais querem a manchete atual,
bala perdida, corpo caído, tudo normal.
Apontam o dedo para o morro, é natural,
balas e vidas perdidas, tudo é igual.
Mas neste mundo tracejado de balas,
as luminosas e as silenciosas aladas,
deste carnaval de mortes achadas,
esquecem-se das balas manjadas,
para lembrar-se das perdidas balas.
10 comentários:
Zé do Vale,
Você soube da bala perdida que encontrou Socorro Moreira na semana passada? Que violência, camarada!
Salatiel: veja você as coincidências. Ontem li uma poesia da Socorro e vi os comentários de vocês a respeito da saúde dela, mas sem falar na patologia. Hoje, uma vez que fiz uma postagem no Blog do Crato e por me achar em falta com o Cariricult, procurei nos arquivos este texto que havia escrito o ano passado sobre uma matéria jornalística aqui do Rio. Agora todos acharemos que foi de propósito, ou que comecei a ficar tão próximo do éter cratense que já sinto as vibrações das gentes à distância. Mas é de ficar com o coração em estado parecido ao que sentia ao ouvir aquele badalar dos sinos da Sé em dia de sepultamento. As balas perdidas dos dedos enlouquecidos, da banalidade do mal. Aliás neste mesmo blog postei algo sobre isso. Enquanto isso a nossa Socorro, luz de paixão, amor em cores, algo mais na mesmice pequeno burguesa que se esconde atrás dos muros como se alguma vespa pelas brechas não entrasse. Sem saber dos detalhes, não me interessam os detalhes, apenas esta mulher com palavras de mel.
Gosto tanto de escrever...Mas, nesse momento, meu braço alerta-me: não podes teclar, nem o doce, nem o fel!
Toda bala é destinada ! Quem dispara não tem a consciência da vida...quem dispara é sempre o homem perdido!E não existem poucos...existem todos! Até a gente, em dados momentos!
Sempre aodrei a noite.Mas tenho vivido apenas o sol, nos meus últimos anos.Mas, quinta passada, a lua flertava comigo...pedia a pausa do meu olhar... Não posso culpá-la...Muito pelo contrário, já estou sonhando com a lua de sagitário!
Protegi alguém de tombar? Um anjo usou o meu braço;achou que ele tinha a metálica das armaduras troianas.Escapei "fedendo"...literalmente!
Ah...se tivesse sido, o último atentado humano!
Mas estou viva...Meus versos ainda serão líricos, ou mais humanos?
Toda experiência é aprendizagem...toda aprendizagem é crescimento!
Zé do vale,se eu tivesse mudado para outro plano, ia te pedir inspiração para um poesia póstuma!
Obrigada, menino!
Obrigada Salatiel, pela visita de carinho e solidariedade!
Obrigada a Zé Flávio...Na hora do pânico, nem da minha mãe e dos filhos lembrei...Chamei foi meu médico e amigo...e ele me socorreu!
Abraços aos amigos- todos!
Socorro minha fia, fique boa tá! O blog já se apaixonou por suas poesias!
Do Vale, que linguagem interessante e atual rapaz! Vamos em"balar" uma música nessa letra urbana, antes que ela leve uma balada musical perdida?
Socorro,
Soube hoje, por Salatiel, a caminho do Fundão. Tinha visto tanta coisa triste que quando perguntei aonde a perdida tinha lhe achado, disse: graças a Deus!
Boa recuperação, menina. Vamos em frente!
Um grande beijo!
Cântico
Sôpro, brisa
vida, leva...
É muda a verdade que a gente sente
É zuadenta a verdade que se conhece
A paz é cega!
Nos tateia, nos inquieta...
Apenas nos sonhos,
as cores são notas
de uma canção feliz!
o instinto do sobreviver
ativa a célula amorosa
Eu morro, quando tu somes,
quando te escondes...
no passado e no futuro!
Eu vivo, quando tu voltas
em versos ou prosas...
numa pose vaidosa da lua
num intrometido raio de sol
Num piscar reconhecido
recolho, bestialmente
o riso que o tempo guarda,
e que hoje me devolve!
Nem off, nem line...
Apenas quântico
na memória da alma- AMOR!
Soube ontem da bala perdida.
Que absurdo!
Socorro, passo hoje por aí levando seu DVD da Fhátima Santos, e precisamos conversar.
Um grande abraço,
Dihelson Mendonça
Pachelly: que se encontre a música. Quando ouviremos?
Abraços
José do Vale
Do Vale,
Tão logo surja da minha parte uma inspiração à autura! O texto é rico, só vale apenas se pintar algo dígno. Mas se vou tentar vou!
Abraço
Dihelson,
Pode passar quando quiser.É sempre encanto, quando um anjo me visita!
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