TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Da janela
Só dava pra ver aquilo:
Um coração atropelado
Estatelado na calçada em frente.
Em frente ao coração
O corpo sem vida de um palhaço
Com um sorriso ingênuo
Pintado de carmim
Em sua boca de silêncio agora.
Mesmo de costas, reconhecível:
Ao redor do corpo, e
Do coração
Pessoas riam
De sua última piada.
Colada no vento. Parado. Em respeito.



para josé do vale pinheiro feitosa

4 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

De repente, quem sabe, vocês estarão aí, como necessidade que temos de tê-los dizendo o que dizem.

Marcos Vinícius Leonel disse...

beleza poeta
grande texto
essa é a volta dos que não foram
grande abraço
irmão

Carlos Rafael Dias disse...

É isso, Stepenwolf!
Com palavras se fazem uma revolução
Com poesia, evolução

socorro moreira disse...

"Mas, se ela quiser voltar pra mim/ vai ser assim..."

Estou num sonho...
País de mascarados
Casca de beleza e bondade
Cadê você, meu palhaço?

Serpentinas no rosto,
soltam-se,
desenhando lágrimas...

Mácara de amizade,
que esconde paixão...
Máscara de humor,
que esconde a dor...

Máscaras...
Descolem-se de mim!