Wellington. Um professor de filosofia neozelandês fez em sua página da internet um ranking um tanto quanto polêmico: elegeu as melhores e as piores bandeiras do mundo, levando em conta apenas o valor estético.
Para ele, a bandeira brasileira é a “mais feia entre todas as nações independentes”. Já a bandeira da Argentina é considerada bela, com “boa escolha de cores”. A das Ilhas Marianas do Norte, que ficou em último lugar, “parece feita de um clip art”, disse. Para fazer sua classificação, Josh Parsons usou critérios como o fato de usar frases e mapas (o que ele considera abominável em uma bandeira) e misturar cores que “não combinam”.
O professor deu notas de 0 a 100 e conceitos que variam de A+ a D - para cada bandeira. As quatro mais bonitas e as quatro mais feias consideradas de acordo com os critérios dofilósofo neozelandês estão expostas abaixo.
Informações: Josh Parsons é doutor em Filosofia pela Universidade Nacional Australiana. mailto:josh.parsons@otago.ac.nz
DN: 23/01/2008
4 comentários:
A bandeira do Paquistão:
lembrei-me de Canoa Quebrada.
Océlio,
Você, certamente, já ouviu falar na expressão: "A emenda ficou pior do que o soneto". Foi o que aconteceu com nossa bandeira...
Ela foi "remodelada" depois do golpe militar que implantou a República, mas se inspira na antiga bandeira do Brasil Imperial, desenhada pelo francês Jean-Baptiste Debret, que chegou ao Brasil em 1816. A Bandeira do Império era belíssima, graças as duas cores predominantes: verde (cor da Casa de Bragança, de D. Pedro I) e amarela (cor da Casa de Habsburgo, da Imperatriz Leopoldina).
Os republicanos enfearam a bandeira de Debret, acrescentando uma esfera azul cheia de estrelas (trocaram um dia de sol com o esudo imperial e optaram por uma noite estrelada), além da faixinha branca com aquele militaresco "Ordem e Progresso".
Resumindo: deram a nossa bandeira formas geométricas: retângulo, losando, esfera...aí é demais.
Infelizmente, a bandeira republicana é feia mesmo. Não fiquemos com raiva de quem a considerou a quarta mais feia do mundo...
A propósito, leiam este tópico de um artigo de Diogo Mainardi, publicado há tempos na revista VEJA:
"A bandeira nacional foi remodelada por Teixeira Mendes e Miguel Lemos. Eles eram positivistas. Daí o "Ordem e Progresso". Miguel Lemos chegou a fundar a Igreja Positivista do Brasil. Existe até hoje, com sede no Rio de Janeiro. O secretário-geral é Danton Voltaire Pereira de Souza. Seu nome é muito apropriado. O positivismo brasileiro sempre conservou suas raízes francesas, rejeitando a influência dos Estados Unidos. Para a Igreja Positivista do Brasil, Paris é a "cidade sagrada", onde morou o fundador do positivismo, Auguste Comte. O "apartamento sagrado" de Comte, situado à Rua Monsieur Le Prince, 10, 3° andar, é meta de peregrinação dos positivistas brasileiros. Os fiéis da Igreja Positivista do Brasil costumam reunir-se aos domingos, no Templo da Humanidade. Escutam prédicas e máximas positivistas, como "A mulher deve ser posta ao abrigo das necessidades materiais para que se possa dedicar às atividades próprias do lar". Antes disso, hasteiam a bandeira ao som do hino da bandeira e da Marselhesa, o hino francês. Pode parecer contraditório que a igreja fundada pelo idealizador de um dos maiores símbolos nacionais, a bandeira, cultue o hino de um país estrangeiro. Mas o Brasil é assim: todos os nossos movimentos nacionalistas tiveram origem no exterior, tanto na política quanto na cultura. O pior é que essas idéias sempre chegaram meio deturpadas, meio transviadas. Como o positivismo, que em nenhum lugar do mundo foi levado muito a sério, mas que no Brasil virou religião.
É bom desconfiar de quem se diz patriota. Assim como é bom desconfiar de quem se diz democrático. Aliás, desconfie de tudo".
Decreto de 18 de setembro de 1822:
"Hei por bem, e com parecer do meu Conselho de Estado, Determinar o seguinte: Será de ora em diante o Escudo das Armas deste Reino do Brasil, em campo verde, uma Esfera Armilar de ouro atravessada por uma Cruz da Ordem de Cristo, sendo circulada a mesma Esfera de dezenove Estrelas de prata em uma orla azul: a firmada a Coroa Real diamantina sobre o Escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos das plantas de Café e Tabaco, e ligados na parte inferior pelo laço da Nação.
A Bandeira Nacional será composta de um paralelogramo verde, e nele inscrito um quadrilátero romboidal cor de ouro, ficando no centro deste o Escudo das Armas do Brasil.(…)" A bandeira foi usada por pouquíssimo tempo, entre 18 de setembro até 1º de dezembro de 1822. O projeto da bandeira foi do então Conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, juntamente com Jean Baptiste Debret, desenhista e pintor de grande renome no Brasil entre 1816 e 1830.
"Recusando-se obedecer as ordens das Cortes Portuguesas, D. Pedro, a 7 de setembro de 1822, num sábado de céu azulado, às margens do riacho Ipiranga (Rio Vermelho - do tupi), em São Paulo, proclamou a emancipação política do Brasil, depois de proferir o brado de Independêcia ou Morte e de ordenar Laços Fora!, arrancando do chapéu o tope português, exclamou : "Doravante teremos todos outro laço de fita, verde e amarelo. Serão as cores nacionais ". O amarelo representa a Casa de Habsburgo (Dona Leopoldina) e o verde representa a Casa de Bragança (Dom Pedro I).
"Nossa primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de existência, transformando-se na Bandeira Imperial do Brasil em 1º de dezembro de 1822: "Havendo sido proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação, sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: hei por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas estabelecido pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja substituída pela Coroa Imperial, que lhe compete,a fim de corresponder ao grau sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto Continente".
Criada por Decreto de 18 de setembro de 1822, era composta de um retângulo verde e nele, inscrito, um losango ouro, ficando no centro deste o Escudo de Armas do Brasil. Assistiu ao nosso crescimento como Nação e a consolidação da unidade nacional.". Foi a bandeira do Brasil até 1889.
Este pequeno texto é dedicado aos meus amigos Berson e Júnior, que tendo manifestado algumas dúvidas acerca das origens da bandeira brasileira, pretendiam saber algo mais. Não sou especialista no tema - sou um monárquico bastante atípico -, mas na verdade, as explicações acerca de cores e símbolos, vão variando desde a origem da concepção dos pendões, até ao momento em que por eles nos interessamos. Afinal, parece que o verde não representa a Amazónia e o amarelo, nada tem que ver com o ouro de Minas. Pelo que o texto diz, a explicação é bem mais lógica e insere-se na época em que surgiu o símbolo do novo império independente de Portugal. As escolas de samba podem ficar descansadas, porque exibem até à exaustão, as cores dos Bragança e dos Habsburgo e têm toda a legitimidade para o fazer. Ou não será o Brasil o natural herdeiro de um Portugal nascido há quase nove séculos?
Há ainda que referir que por cá, verificamos o mesmo tipo de argumentação eivada de bucolismos e sentimentalismos que roçam a pieguiçe. Sabemos bem de onde vem o verde e o vermelho, que não derivam nem da Esperança, nem de qualquer Sangue derramado. É o terrorismo da manipulação da história. Neste caso, é reconfortante o esconder da realidade das coisas, porque assumir abertamente o símbolo da Carbonária, seria demasiado descaramento.
Declaração por Nuno Castelo-Branco
Postar um comentário