Arrasto-me pelo piso úmido de urina doce.
Os mórbidos desviam-se do meu perfume.
Sequer os escorpiões espertos
com suas caudas cintilantes
cravam-me veneno.
Escapo dos relâmpagos
sob uma casca de barata.
Passo leite condensado
nas minhas axilas.
Mesmo assim
as meninas diabéticas
rejeitam-me.
Minhas centenas de pés
não me levam a Pasárgada alguma.
Da minha alcova
para o banheiro.
Dou descarga,
reflito:
embuá embuste
o que sou.
Um comentário:
Domingos, meu caro, você continua com os seus achados inusitados, profundamente poéticos, esse úlltimo é por demais: "Passo leite condensado / em minhas axicilas", isso é que é deleite.
abraços
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