TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Poesia

Dois minutos pensando em você
entrego os pontos do coração suturado.

Mas você não quer mais o resto da gaze.
O mercúrio e o sangue.

Dois minutos olhando para o nada
maltrata o velho cérebro -
Noviço enganado.

Dois minutos, Sra.
Dois minutos e me mando.
Mas você não me ouve nem me dá tempo.

A gaze no lixo.
Meu sangue não é o seu pingo.

Dois minutos pensando em você
posso escrever uma coisinha sem nexo.
Esperar no quarto dos fundos minha dor de cabeça.
Revirar as paredes encontrar traças dormindo
sonâmbulas.

Dois minutos,
dois minutos passam correndo -
Um rato com medo, uma barata com frio, uma formiga sedenta.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Gastei dois minutos pra ler tua poesia...

Passo o resto dos meus dias a pensar na poesia... que entra e sai , como visita certa !


Abraços, poeta !

Claude Bloc disse...

Domingos,

Dois minutos e me perco
No labirinto das palavras,
Dois minutos e me fecho
Nesse vazio que me cala...

E tudo volta depois
Em rodopio
Em dois minutos,
Nada mais.


Abraço,

Claude