Por – João Ludgero Sobreira Neto
Geógrafo, especialista em Geopolítica e Direito Ambiental
Cariri compartimentado, maniqueísta, imóvel, Cariri de estátuas: a estátua do coronel, do padre, do bispo que efetuo a conquista, a estátua do governador que autorizou a obra. Cariri, seguro de si, que tritura com seus sedimentos os lombos esfolados pelo chicote e açoite. Eis o Cariri colonial. O aborígene é um ser acuado, o apartheid é apenas uma modalidade da compartimentação do Cariri colonial, Crato x Juazeiro, ou Juazeiro x Barbalha, ou Barbalha x Missão Velha.
A primeira coisa que o colonizado (POVÃO) aprende é a ficar no seu lugar, não ultrapassar os limites estabelecidos pela DONA ELITE. Por isso que os sonhos da periferia colonizada, são sonhos musculares, sonhos de ação, sonhos agressivos, violentos, cheios de revolta. O oprimido sonha dando um salto ao ingressar na URCA ou na UFC, que nada na piscina do Granjeiro, que corre no campo do Serrano, que sobe e desce nos brinquedos do Arajara. Sonha que estoura na gargalhada, que transponha o rio Salgado com uma pernada só, que é perseguido por veículos que não lhe pega nunca. Durante a colonização, o operário cratense, juazeirense, barbalhense, etc, colonizado não cessa de se libertar entre 21:00 h e 06:00 h.
A agressividade sedimentada nos músculos, vai o periférico colonizado manifestá-la primeiramente contra os seus. È o período em que periféricos, favelados, sem teto, de rua, todos irmãos e vítimas da DONA ELITE brigam e se matam, e os policiais, os juízes, os padres, os pastores, irritam-se ante a assombrosa criminalidade periférica, que cedo ou mais tarde descerá aos cantos mais nobres da cidade. Diante da situação de descaso com o cidadão periférico, descaso quanto ser humano, pois a DONA ELITE, não fez e nem faz nada para de fato melhorar as condições de infra-estrutura dos periféricos, muito menos reconhecê-los como seres humanos dignos de respeito. Em face do dispositivo colonial o colonizado se acha num estado de tensão permanente. A esfera armilar da DONA ELITE é um mundo hostil, que rejeita, , mas ao mesmo tempo é um orbe que causa emulação. O periférico sonha em se instalar no centro, no lugar da DONA ELITE. Não para se tornar um colono, mas em substituir o colono. Esse Cariri hostil, pesado, agressivo, pois que destroça com todas as suas asperezas a massa periférica colonizada, representa não o lugar de suplício para as almas dos condenados do qual todos desejariam afastar-se o mais depressa possível mas PARAÍSO ao alcance da mão, protegido por terríveis molossos.
Lutemos todos por um Crato, Juazeiro, Barbalha, Cariri, mais justo e Democrático! Plagiando um pouco Lúcio Barbosa, um Cariri, onde o pedreiro possa admirar o prédio que ele ajudou a fazer, sem ser confundido pela ELITE que mora no prédio, com um vereador ou prefeito corrupto, ou seja um LADRÃO.
Saudações Geográficas!
João Ludgero
Geógrafo, especialista em Geopolítica e Direito Ambiental
Cariri compartimentado, maniqueísta, imóvel, Cariri de estátuas: a estátua do coronel, do padre, do bispo que efetuo a conquista, a estátua do governador que autorizou a obra. Cariri, seguro de si, que tritura com seus sedimentos os lombos esfolados pelo chicote e açoite. Eis o Cariri colonial. O aborígene é um ser acuado, o apartheid é apenas uma modalidade da compartimentação do Cariri colonial, Crato x Juazeiro, ou Juazeiro x Barbalha, ou Barbalha x Missão Velha.
A primeira coisa que o colonizado (POVÃO) aprende é a ficar no seu lugar, não ultrapassar os limites estabelecidos pela DONA ELITE. Por isso que os sonhos da periferia colonizada, são sonhos musculares, sonhos de ação, sonhos agressivos, violentos, cheios de revolta. O oprimido sonha dando um salto ao ingressar na URCA ou na UFC, que nada na piscina do Granjeiro, que corre no campo do Serrano, que sobe e desce nos brinquedos do Arajara. Sonha que estoura na gargalhada, que transponha o rio Salgado com uma pernada só, que é perseguido por veículos que não lhe pega nunca. Durante a colonização, o operário cratense, juazeirense, barbalhense, etc, colonizado não cessa de se libertar entre 21:00 h e 06:00 h.
A agressividade sedimentada nos músculos, vai o periférico colonizado manifestá-la primeiramente contra os seus. È o período em que periféricos, favelados, sem teto, de rua, todos irmãos e vítimas da DONA ELITE brigam e se matam, e os policiais, os juízes, os padres, os pastores, irritam-se ante a assombrosa criminalidade periférica, que cedo ou mais tarde descerá aos cantos mais nobres da cidade. Diante da situação de descaso com o cidadão periférico, descaso quanto ser humano, pois a DONA ELITE, não fez e nem faz nada para de fato melhorar as condições de infra-estrutura dos periféricos, muito menos reconhecê-los como seres humanos dignos de respeito. Em face do dispositivo colonial o colonizado se acha num estado de tensão permanente. A esfera armilar da DONA ELITE é um mundo hostil, que rejeita, , mas ao mesmo tempo é um orbe que causa emulação. O periférico sonha em se instalar no centro, no lugar da DONA ELITE. Não para se tornar um colono, mas em substituir o colono. Esse Cariri hostil, pesado, agressivo, pois que destroça com todas as suas asperezas a massa periférica colonizada, representa não o lugar de suplício para as almas dos condenados do qual todos desejariam afastar-se o mais depressa possível mas PARAÍSO ao alcance da mão, protegido por terríveis molossos.
Lutemos todos por um Crato, Juazeiro, Barbalha, Cariri, mais justo e Democrático! Plagiando um pouco Lúcio Barbosa, um Cariri, onde o pedreiro possa admirar o prédio que ele ajudou a fazer, sem ser confundido pela ELITE que mora no prédio, com um vereador ou prefeito corrupto, ou seja um LADRÃO.
Saudações Geográficas!
João Ludgero
2 comentários:
Meu caro Ludgero,
Permita-me discordar – respeitosamente – do seu posicionamento sobre as elites. A priori creio que suas idéias estão eivadas do ódio marxista que lhe foi incutido nos bancos da universidade pública ao tempo da sua juventude.
Já disse alguém que: “A elite, muito mais do que sinônimo de "rico", é o que há de melhor em uma sociedade. Este grupo é mais educado, menos preconceituoso, menos estatizante e tem valores sociais mais sólidos e um papel fundamental na construção de uma comunidade”.
Assino embaixo.
E lembro que uma comunidade só atinge patamares desejados quando possui uma elite. É inevitável a existência das elites. E ela existe em qualquer setor da vida. Numa classe a elite é constituída pelos alunos mais aplicados. No meio desportivo pelos melhores atletas. Na classe médica pelos profissionais mais competentes....e por aí vai.
Permita-me lembrar que seu avô – o industrial João Ludgero – representou, na verdadeira acepção do termo - a ação da elite de Lavras da Mangabeira. Incluindo o período que ele foi prefeito quando muitos melhoramentos foram implantados naquele importante município do Cariri.
Veja o caso de Crato. A maioria do que aqui tem de bom (Seminário, colégios, hospital, as primeiras faculdades, a criação dos sindicatos dos trabalhadores rurais, emissora de rádio, jornal etc.etc.) foi fruto da ação dos bispos que formam a elite do clero.
E para finalizar transcrevo uma citação do livro “A Cabeça do Brasileiro”, do sociólogo Alberto Carlos Almeida — onde ele afirma que, ao contrário do que propalam os esquerdistas, a elite nacional é um exemplo de modernidade.
“Dela ( a elite) fazem parte profissionais liberais, cientistas, atletas, empresários, políticos (não todos, infelizmente).
O livro defende que só uma nação que conta com uma elite com iniciativa, energia criadora, conhecimento avançado e valores democráticos tem chance de se desenvolver.
Em nossa opinião o quadro acima dá uma demonstração claríssima de uma verdade que nos surpreendeu: quanto maior o nível educacional, melhores os valores. As elites, no sentido amplo do termo (e não no sentido a que se refere o presidente da república quando diz "azelite" querendo dizer "os ricos") são o grupo com muitos valores éticos e iniciativas em prol da comunidade.
Cumprimenta-o cordialmente,
Velho admirador e (poucas vezes) discordante de seus escritos,
Armando
Armando, saiba que sou defensor da dialética, e quando alguém discorda de algo ou alguma coisa muito me anima, pois sabemos que sem o embate das idéias não se faz história libertadora.
Armando, nós sabemos que é com estas ELITES, que se trava o conhecido diálogo sobre valores. Ao dar-se conta da impossibilidade de manter seu domínio nos países coloniais, a exemplo disto temos o nosso Brasil, então a ELITE com os seus representantes e defensores, resolvem iniciar um combate de retaguarda no terreno da cultura, dos valores, das técnicas etc. Ora Armando, é preciso nunca perder de vista que a imensa maioria dos povos cratenses colonizados são impermeáveis a esses problemas. Para a população sofrida da periferia das principais cidades do nosso querido cariri, o valor mais essencial, por ser o mais concreto, é em primeiro lugar o trabalho: o tabalho que deve assegurar o pão e, evidentemente, a dignidade. Mas esta dignidade Armando não tem a ver com a dignidade da "pessoa humana". Sabemos amigo Armando que dessa pessoa humana ideal jamais a população esquecida da periferia das nossas cidades ouviu falar. O que o morador das periferias das cidades que a ELITE administra vivnecia em seu território, é que podem impunemente prendê-lo, espancá-lo, matá-lo à fome; é nenhum professor de moral, nenhum prefeito, vereador, poucos cura, vieram receber as pancadas em seu lugar nem partilhar com eles o seu pão.
Aceito e respeito, concordo em partes!
Saudações Geográficas!
João Ludgero
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