O vale entre a Serra do Mar (Bocaina) e a Mantiqueira (incluindo Itatiaia) criou seus territórios, suas cidades, adquiriu a identidade de três estados. Por isso mesmo é que a cultura pode se dividir sobre os mesmo temas, como as danças populares, os falares, a música, o conteúdo da alma regional. Todos a serviço do regime escravagista na origem e depois sobre a formação de uma base do trabalho para a indústria, o comércio e os serviços.
Se formos a uma das regiões mais bonitas do sudeste, o sopé da Serra da Bocaina, encontraremos a marcha lenta da falta de políticas e instituições dedicadas ao progresso social. São municípios do Estado de São Paulo, naquela língua do estado que penetra o Rio de Janeiro. Falamos de Queluz, Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal.
Não é diferente dos municípios do Rio, como Rio Claro, Lídice e Getulândia. As famílias que permaneceram e se reproduziram na região ficaram para trás. Falta educação, saúde, emprego, renda, saneamento básico. Ali ficou como um pântano de progresso à margem da rodovia Presidente Dutra. Os latifúndios não se tornaram propriedades para o progresso das famílias pobres.
A burguesia de São Paulo e do Rio de Janeiro, foi buscar raízes no arcaico mundo de estilo do velho império, comprando as casas grandes do café. As fazendas se tornaram criatórios de gado zebu e algumas ilhas leiteiras. Continuaram latifúndios, desmatando, desempregando, reduzindo as possibilidades de renda. Existe um verdadeiro imbróglio fundiário, com famílias tradicionais herdeiras de grandes extensões de terra, nas quais ninguém manda, todos se imaginam milionários e a decadência é a regra.
Num verdadeiro paraíso de exuberância vegetal, a monotonia dos morros de capim, sem contar os que se multiplicam como praga feito o capim Brachiaria que invade lavouras. As mais belas trilhas são tomadas por carrapatos de várias espécies, algumas de inverno e outras de verão. Escorpiões, cobra cascavel, fazem parte da conversa dos camponeses em suas vidas aperreadas e atrasadas.
Se procurar no nordeste talvez não se encontre uma moenda como esta puxada por animais e em plena atividade.
Entre São Paulo e o Rio de Janeiro, se encontra o mais velho ruralismo brasileiro, pobre, sem proteção, transitando como no século XIX. Encontra-se o ruralismo anacrônico mais evidente em termos sociológicos, pois é pura tradição do escravismo, uma forte presença de afros descendentes, com a roupa surrada, botinas furadas, bolsos vazios e dieta precária. Ali não se observa o mesmo progresso torto dos transportes individuais como ocorreu com a motocicleta. Lá as pessoas continuam indo e vindo a cavalo ou a pé.
Numa festa na Praça de São José do Barreiro, um grupo de Jongo na contradição entre seu velho papel de agregação e denúncia e o oficialismo do joguete da cultura como conservação e esterilidade. Leia amanhã.
Quando nos anos 90 do século XX se dizia que o Brasil era estatizado, muitos embarcaram na frase tomando a parte pelo todo. O Brasil sempre teve deficiência enorme de Estado e de políticas voltadas para o progresso social. Na verdade aquele discurso apenas se referia ao uso do Estado preferencialmente para criar empresas estratégicas que mais serviam aos grupos do patrimonialismo nacional do que ao desenvolvimento geral da sociedade. Grupos privatizaram este patrimônio e mesmo assim o progresso continua lento e vago no longo prazo.
Casa de fazenda com o típico camponês vivendo quase igual ao século XIXSe formos a uma das regiões mais bonitas do sudeste, o sopé da Serra da Bocaina, encontraremos a marcha lenta da falta de políticas e instituições dedicadas ao progresso social. São municípios do Estado de São Paulo, naquela língua do estado que penetra o Rio de Janeiro. Falamos de Queluz, Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal.
Não é diferente dos municípios do Rio, como Rio Claro, Lídice e Getulândia. As famílias que permaneceram e se reproduziram na região ficaram para trás. Falta educação, saúde, emprego, renda, saneamento básico. Ali ficou como um pântano de progresso à margem da rodovia Presidente Dutra. Os latifúndios não se tornaram propriedades para o progresso das famílias pobres.
A burguesia de São Paulo e do Rio de Janeiro, foi buscar raízes no arcaico mundo de estilo do velho império, comprando as casas grandes do café. As fazendas se tornaram criatórios de gado zebu e algumas ilhas leiteiras. Continuaram latifúndios, desmatando, desempregando, reduzindo as possibilidades de renda. Existe um verdadeiro imbróglio fundiário, com famílias tradicionais herdeiras de grandes extensões de terra, nas quais ninguém manda, todos se imaginam milionários e a decadência é a regra.
Num verdadeiro paraíso de exuberância vegetal, a monotonia dos morros de capim, sem contar os que se multiplicam como praga feito o capim Brachiaria que invade lavouras. As mais belas trilhas são tomadas por carrapatos de várias espécies, algumas de inverno e outras de verão. Escorpiões, cobra cascavel, fazem parte da conversa dos camponeses em suas vidas aperreadas e atrasadas.
Se procurar no nordeste talvez não se encontre uma moenda como esta puxada por animais e em plena atividade.
Favela da Rocinha brilhando dourada no amanhecer por sobre os edifícios do Jardim Botânico e Gávea, observando-se algumas arquibancadas do Jóquei
em São Paulo e no Rio de Janeiro, após uma imersão turística na região dirá: pelo menos eles não devem ter colesterol alto. E têm, morrem precocemente por falta de assistência de saúde e educação.Numa festa na Praça de São José do Barreiro, um grupo de Jongo na contradição entre seu velho papel de agregação e denúncia e o oficialismo do joguete da cultura como conservação e esterilidade. Leia amanhã.
Um comentário:
É triste, mas gostei do que li e vejo a mesma coisa em outros lugares que frequento.
Só gostaria de dizer que salvei uma moenda como a que vocês mostram no blog, se quiserem vê-la, ai vai o link:
http://www.flickr.com/photos/manofneanderthal/3077858847/sizes/o/
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