TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 8 de agosto de 2009

Balaço

O meu escalpo
podem oferecer
de bom grado
ao grande chefe
Touro Lunático.

Os meus olhos
se envernizarem bem
hão de ver um certo brilho.

Arranquem o direiro
que é o mais vivo
e troquem pelo de vidro
daquele caolho simpático.

As minhas unhas
arranquem todas
lavem-nas com sal grosso
e deem de presente às ciganas
Das Dores e Das Rosas.

O meu coração não toquem.
Deixem-no frio.

Os vermes da terra fofa
úmida das minha lágrimas
sabem o que fazer.

2 comentários:

Marcos Vinícius Leonel disse...

Poeta, só posso
agradecer pela oferta generosa de poesia pura.

Esse é o tipo de arte que me faz rir facilmente.

abraços

Marta F. disse...

Barroso, meu caro, às vezes é impossível manter o silêncio das tumbas de dentro, nesses três textos vejo você saindo das cinzas das suas últimas adversidades. Sofrer lapida, e saiba, já batemos de frente poeticamente, e como é lindo ver que estávamos apenas auxiliando o crescimento mútuo, ah se todos entendessem assim...

Você sabe jogar com as palavras,certamente pronto para vitórias na vida íntima.

Desejos bons pra você, meu querido.