TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

é preciso

cantar enquanto ainda há tempo,
saltar muito além do possível,
onde recomeça todo sonho
de um beijo no invisível
ou um nome escrito no vento

isso e mais um pouco, as mãos livres
para se ocuparem de tantas,
de tarefas tantas, um quadro
de tudo o que se passa em mins
perdidos, de um a outro lado

a tarde não tem pressa de
acabar com o riso, as luzes
cortam as retinas se se abrem
os olhos buscando algo além,
que se afasta, sempre se afasta

é preciso que os pés suportem
outras pedras, desafio sem igual;
o caminho se abre todo
estirando língua de areia
e asfalto, e cimento em chamas

fora as obsessões que impõem
quem plantou demônios na sala;
no coração um velho sabre
corroído por outros sangues,
uma música que vem e passa

virar o rosto para onde
há vozes, algo mais que vasos
chineses, traços mais sublimes
de uma alma dilacerada
lutando contra a luz e as cores

e o silêncio...

3 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Lindo, Poeta!

Carlos Rafael Dias disse...

Fui aos poetas e li seus poemas
E toquei nas chagas da poesia
Chagas de poesias abertas
Domingos de praia e poesia

chagas disse...

Um poema não é uma seta
lançada a esmo.
Busca sempre o coração
de outro poeta.
Não para feri-lo,
mas compartilhar
um mundo.
Às vezes, acerta-se.
E quando isso acontece,
onde havia sombras
sobra um pouco de luz.


Valeu, Carlos!

Um abraço.