TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A copa será nossa! (tomara)



O futebol é um fenômeno tão interessante que é uma das poucas coisas que unificam o Brasil, na prática. Assunto que é capaz de fazer porteiros, patrões, engenheiros, lixeiros, sem-teto, sem-terra, latifundiários, todos sabem alguma coisa ou tem alguma opinião. Não vou fazer análise sociólogica sobre isso, não é uma área que eu estude. Apenas sinto que isso acontece mesmo. 

Mas algumas impressões sobre um evento ligado ao futebol, a Copa do Mundo, eu posso dar. Primeiro, os interesses, o negócio dita as regras. Ah, mas é tudo assim no capitalismo. É sim, mas  o exagero da mídia é gritante. O Brasil ganhou sim, por 5 vezes, a Copa do Mundo. Mas não foram cinco vezes seguidas. Infelizmente, não somos  "pentacampeões". Mas vai dizer isso, ainda mais que os meios de comunicação distorcem essa questão há muito tempo. Aqui eu posso dizer: o Brasil ganhou cinco vezes, mas não é pentacampeão. 

Não somos também uma "pátria de guerreiros", isso é só uma propaganda de cerveja. Aliás, as nossas cervejas são ruins e essa em especial é triste. Mas é a mais vendida. 
E a empresa de celular? Tem como garoto propaganda, o "simpático" Dunga. Rapaz, o que a propaganda não faz!!!!

Numa coisa o Dunga foi corajoso. Por causa de seus critérios, decidiu isolar a seleção do oba oba e dos domínios da rede de tv mais poderosa, que fazia o que queria até 2006. Ela continua poderosa, mas não pode ficar entrando com exclusiva etc etc. O ilustre morador do principado de Mônaco (é, aquele local em que só podem morar milionários), Galvão Bueno, nem disfarça sua irritação com o Dunga. Não sei se há relação, mas que é estranho essa irritação com o treinador e que sai logo da Rede Globo, apesar de todos os negócios ou por causa deles, é sim bem estranho. 

E perigoso para o Dunga. Imagina se o Brasil não vencer a copa? A campanha de desmoralização, a catarse que ocorrerá é até de assustar. Como torcedor e brasileiro, torço para que o Brasil ganhe a copa e sejamos campeões de novo. Seriam seis vezes, mas "hexa", não. Enganação, não. 
Viva o Futebol!  

3 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Darlan, pela primeira vez entro no assunto do futebol com você em campo sem que algum navegante nos tire o rumo. Para dizer o quê mesmo? Dar um exemplo coloquial de como a chamada Lei Pelé aprofundou o problema da mercantilização do futebol, agora se tornando uma "fábrica" de vender "talentos" ao estrangeiro ou ao campeonato nacional. Os chamados empresários, agora como farsa se chamavam os antigos cartolas.

A história é a seguinte. Nas minhas lidas por aqui estive em vária ocasiões com o Afonsinho. Famoso nos idos de 70 no Botafogo, pela irreverência, inclusive no uso de cabelos compridos e barba, que derrubou o jogo dos cartolas e teve seu passe livre, que frequentava o meio artístico mais dinâmico da época, deu entrevista no Pasquim e até foi tema de Música do Gilberto Gil (prezado amigo afonsinho eu continuo aqui mesmo, aperfeiçoando....)

Então, o Afonsinho fez medicina e há pouco tempo estava prestes a se aposentar como perito do INPS. Nesta ocasião ele contou-me que foi procurado pelo Botafogo e pediram para que assumisse uma destas áreas de formação de jogadores de base. Especialmente crianças e adolescentes. Ele, sentindo-se já no limiar da aposentadoria e tendo tempo, pensou que deveria aquilo ao Botafogo. Inclusive por alguma especialização que fizera em medicina esportiva. Tudo acertado e lá vai ele para Marechal Hermes. Quando chega no carro dele, estaciona, não tem ninguém para recebê-lo. Ele teve que assumir tudo sozinho. E começa a observar a meninada, a preparar um plano. Quando pensa em pôr em prática ele é obstaculado pelo mais incrível balcão de negócios. Cada menino daquele tinha um "empresário" que pretendia escalar o treinamento do seu "negócio", dar destaque e, claro, derrubar o "negócio" do concorrente. Era uma coisa tão rasteira e sem solução que ele saiu pela mesma porta que entrara poucos dias antes e nunca mais pensou em voltar àquele ambiente.

José de Arimatéa dos Santos disse...

Darlan, esse time de Dunga me preocupa, pois as opções de jogadores criativos são pouquíssimas.
Depois de 74 com a Holanda só tivemos times retranqueiros que foram campeões ou seleções de jogadores geniais e suas jogadas individuais. Vejamos: Maradona em 1986, Romário em 1994, Ronaldo Nazário em 2002, além de Zidane em 1998. Portanto, acredito que para o Brasil ser campeão necessita-se de Kaká muito inspirado.
E por fim, tomara(como você inicia seu ótimo post) o Brasil nos surpreenda e traga o caneco de novo.

Unknown disse...

Amigos, tomara que dê tudo certo, afinal torcemos para a seleção, não para os esquemas em volta ou para os patrocinadores.
Mas vocês tem toda a razão. E esse lance de torcer para "empresa" (clube-empresa), eu não acho legal.

Abraço.