Na época da escravidão no Brasil, a Casagrande sempre pensou soluções para administrar seus plantéis. Um exemplo é o do 2º Barão de Pati do Alferes. Deixo aqui um trechinho de minha dissertação, da época em que fiz mestrado, exemplificando a situação.
"Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o 2º Barão de Pati do Alferes, também se pronunciou sobre a necessidade de se controlar os escravos. No seu livro, Memória sobre a fundação de huma fazenda na província do Rio de Janeiro, o Barão defendeu a idéia que:
O escravo deve ter domingo e dia santo, ouvir missa se a houver na fazenda, saber a doutrina cristã, confessar-se anualmente: é isto um freio que os sujeita, muito principalmente se o confessor sabe cumprir o seu dever e os exorta a terem moralidade, bons costumes e obediência cega a seus senhores e a quem os governa.
(...) Nem se diga que o preto é sempre inimigo do senhor; isto só sucede com os dois extremos: demasiada severidade, ou frouxidão excessiva, porque esta torna-os iracíveis ao menor excesso de um senhor frouxo, e aquela toca-os à desesperação.(...) O negro deve ser castigado quando comete crime: o castigo deve ser proporcional ao delito: ele que apanha, não se esquece e corrige-se com esta pontualidade. Fazei pois justiça reta e imparcial ao vosso escravo, que ele, apesar de sua brutalidade, não deixará de reconhecer.
Para Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, castigar o escravo de maneira "equilibrada" era uma questão de justiça, "reta e imparcial".Aí está o posicionamento do senhor. O que pensavam seus escravos? Será possível recuperar no discurso dos senhores o que os escravos pensavam sobre tais questões? Ou encontrar nos documentos oficiais da época, o que os escravos achavam da sua condição?"
REIS JUNIOR, Darlan de O . A Decadência do Escravismo Colonial – Vassouras, 1860 – 1880. 2001. [103 f.] Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Severino Sombra, Vassouras, 2001, p.41.
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