TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 27 de novembro de 2011

Analógico x Digital

Por: João Nicodemos

A palavra digital faz referência às marcas impressas pela natureza nos dedos e em partes das mãos. São únicas em cada indivíduo e por isso são usadas como forma de identificação em documentos e até assinatura, no caso de analfabetismo. Mas também se referem,em termos de linguagem , aos dígitos. No caso do sistema binário, utilizado na linguagem de programação de computadores em que todos os dados podem ser expressos pela combinação de dois dígitos: 0 (zero) e 1 (um). É daí que vêm algumas palavras bastante utilizadas atualmente: digitalizar (imagens, sons), mídia digital, tecnologia digital, câmera digital, etc.

Anteriormente à tecnologia digital (via computadores) os sons e as imagens eram gravadas e reproduzidas no sistema analógico. Para entender a diferença podemos pensar o seguinte: na linguagem digital, (expressa em dois dígitos 0 e 1) os dados, ou sinais são expressos pela combinação destes dois dígitos. Isto indica que entre 0 e 1 não existe nada, nenhuma variação de sinal ou dado, nenhum matiz de cor, nenhuma vibração de luz ou som. Diferente disso, nos processos analógicos de gravação e reprodução de som ou imagem, entre 0 e 1 existe um infinito e, entre 1 e 2, existe outro infinito. Infinitos matizes de cor e infinitas possibilidades de timbres nos sons.

Isso explica porque o som analógico é mais “orgânico”, mais “quente” ou “real” que o som digital, que reduz as vibrações e torna o som mais “frio”, “artificial”. O mesmo acontece com as cores que perdem infinitas possibilidades de matizes na tecnologia digital.

Bem, muita gente não percebe essas diferenças; talvez a maioria das pessoas, assim como não percebem a diferença entre o sabor do adoçante e do açúcar, ou a diferença de sabor entre uma banana prata e uma banana maçã. É uma questão de sensibilidade e percepção.

E mais sério ainda é o fato de grande número de pessoas que raciocinam na linguagem binária, onde só duas respostas são possíveis: sim, ou não, assim como um interruptor elétrico onde as posições são on ou off, limitando a zero e um as infinitas possibilidades humanas. Penso que o ser humano deva ser analógico. Fazendo analogias e criando neologismos, transcendendo aos estreitos limites da lógica binária.

Um comentário:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Será meu texto que abrirá o programa Cariri Encantado, de sexta-feira vindoura.
Grande abraço,
Luiz
O Edital Secult abriu.