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sábado, 13 de outubro de 2007

Chopin em Paris, Uma biografia (por Tad Szulc)


A música de Chopin foi admirada, analisada, aplaudida, comparada criticada, descrita, discutida, dissecada, examinada e julgada exaustivamente mesmo antes de sua morte, aos trinta e nove anos, um século e meio atrás, e seu fascínio se manteve desde então.”

Assim, o jornalista Tad Szulc, apresenta o seu objeto de estudo e pesquisa: não exclusivamente a música, mas também a história e a personalidade controvertida de Fryderyk Chopin, um dos últimos grandes nomes da música clássica. O livro foi publicado pela primeira vez em 1999.

Chopin, que nasceu na Polônia, foi um gênio precoce, tendo composto suas primeiras peças aos sete anos de idade. Sobre uma dessas composições, a Polonaise em sol menor, publicada em Varsóvia em novembro de 1817, e imediatamente considerada uma obra de arte,- Szulc revela a possibilidade do pai de Chopin ter cometido um pequeno erro ao transcrevê-la: na primeira parte, criou uma dissonância ao marcar uma passagem com fá sustenido em vez de sol sustenido. Com a palavra, os músicos...

O livro de Tad Szulc, enquanto uma biografia minuciosa, traz importantes revelações sobre a conturbada vida de Chopin, que teve problemas de saúde na infância e, talvez por isso, tivesse sua personalidade afetada. Szulc revela que sob a moderna análise psiquiátrica da saúde mental, Chopin seria considerado um esquizóide ou maníaco-depressivo. Relacionado a este quadro mental do compositor, Szulc traz outra curiosa informação: “algumas mazurcas ou polonaises mais alegres e ritmadas, por exemplo, foram concebidas em momentos em que se acreditava que ele estava bastante doente e-ou deprimido – ao passo que noturnos e baladas tristes e nostálgicos foram escritos quando se acreditava que ele estava bem e nos seus dias mais animados e brincalhão.”

Por fim, a foto que ilustra esta matéria foi retirada da galeria de ilustrações do livro e retrata Chopin no ocaso de sua vida, entre 1847 e 1849. Esta é a única fotografia existente do compositor.

Um comentário:

Dihelson Mendonça disse...

Essa biografia do TAD SZULC talvez seja a melhor biografia que temos de Chopin. Eu possuo várias aqui, mas esse livro e aquele outro "The Parisien Worlds of Frederic Chopin", ( os mundos parisienses de Frederic Chopin ), não confundir com o livro Chopin em paris ( que também é bom, mas é outro ), são excelentes referências bibliográficas sobre o compositor, que muito sofreu.

A Biografia de hopin é empolgante, principalmente se vc vai lendo e ouvindo suas músicas. Chopin nos fala ao coração, sem ser piegas. Ele detestava pieguice, por sinal. Era um tipo de hábitos requintados, e de um talento extraordinário.

Uma boa referência também para quem quiser se aprofundar na vida quotidiana do século XIX, e na música, é a incrível biografia de LISZT, de Allan Walker. São 3 volumes que tem mais de 1200 páginas em letras miúdas. Mas Allan Walker passou 30 anos escrevendo essa biografia. Tem-se a impressão que ele consegue saber o que Liszt fez em cada dia da sua vida. porque o Liszt escrevia um breviário tudo que acontecia, e tinha os seus numerosos alunos , que tomavam nota das coisas.

É muito interessante ver por exemplo, os contatos que existiam entre gênios, como Chopin, Liszt, Berlioz, Delacroix, Rossini, Paganini... eles viravam noites com música e poesia. Toda uma elite de intelectuais que morava em Paris vindo de muitos países da europa.

Na verdade, Paris era o centro do mundo. Tudo de novidade acontecia lá.

E pensar que em 1840, por exemplo, poderíamos chegar num café parisiense e dar de cara com Víctor Hugo, Delacroix, Chopin, e uma infinidade de outros artistas e intelectuais...

Demais!