Socorro Moreira
Desencanto apaga o riso por encanto
Desencanto apaga o riso por encanto
Pôe a lágrima no seu canto
Embarga a voz na garganta...
Não canta!
Não discute, leva a mala
Deixa a chave da casa;
deixa perfume no ar
Irrita quem fica...
Faz lembrar!
As lembranças escapam
quando tiramos a poeira das mágoas...
A saudade carrega um samba no pé
A saudade carrega um samba no pé
A vida pode durar um só verso
que às vezes se imortaliza!
Se você chegasse...Nem me despedia!
Palavras são como flechas ou bombas
quando atiradas provocam estragos!
Mulher é bicho veneno
que não tem antídoto
Caras redondas parecem sóis...
corações serenos amam sem endereço
aceitam a flor e o espinho...o ausente e o presente!
Encaram ruas, dobram esquinas,
encontram espelhos nas águas,
entretêm-se caiando muros,
regando plantas, colhendo frutos...
Preciso encontrar meu olhar perdido na menina dos teus olhos!
Preciso do teu silêncio
que tudo entrega,
no escuro da tenda!
Quero molhar minha pele nas tuas águas vermelhas!
Busco um sinal,
um arco-íris!
Chuva molha, estraga ou viça
o que há fora de mim!
Ninguém trafega, impunemente, nas curvas de uma mulher!
12 comentários:
Quando as chuvas caem,
espero que frutiquem de tudo,
as seivas amargas, doces caldos,
um gosto de cabo de guarda chuva,
picante permanência digestiva,
salgados marinhos,
chá de pétalas de rosa,
um sabor de vento.
De tudo espero das chuvas,
jamais que revelassem as mulheres,
nenhuma força da natureza o fez,
e me dou por muito satisfeito.
O que mais quero é este mistério,
é o não quando tudo é sim,
me deixar indeciso na decisão,
jogar-me do precípio por apenas um momento,
funcionar todos os neurônios e reconher a insuficiência de luzes para tirar o teu retrato.
Caiam as chuvas e me deixem amar esta incompreensão. Só assim não cairei na mesmice burguesa de uma tarde tediosa.
"preciso do teu silêncio, que tudo entrega no escuro da tenda"!
Socorro Moreira é só superações!
Bravo!!!
ninguém trafega impune mesmo. nem estes belos textos.
Zé do Vale,(Dedé, como diz meu amigo Joaquim),
Um dia é o céu que chora, porque tomou do mar as suas águas;
Outro dia é o cisco do meu olho,que a lágrima expurga!
O gôsto nem sempre é doce, mas orvalha a cara.
Chuva é benção...Quando não chega,
eu molho a grama do jardim,
e forro a cama de esperança!
É a mais linda imagem, que a natureza declina
branda como a lágrima,
quando expele a dor,
e dela o coração se descola!
E essa "incompreensão" humana,
de amar,sem entender...
é mistério benfazejo...
Aflora o cio
desvia o tédio
frutifica a poesia!
A linguagem que me incinta é sem dúvidas,a linguagem poética! Mesmo lírica, prosaica ou vestida das mais doces mesmices!
Abraço.
Pachelly,
Sei o caminho da gruta,
quando a chuva, cachaça minha cara...
Faço fogueira dos medos,
e adormeço, nas palhas que restam!
Fico feliz, quando você usa a pinça, nos meus vagares...
Parece que extrai, o que não escrevo!
Aí, vira poesia, e eu acho lindo você!
Bravo, bravíssimo!
Que diálogo poético!
(A)Moreira X Pinheiro
Puras seivas de plantas viçoças (vixe!)
Doce amora e inebriante pinho
Rafael,
"Dias" assim...
Consegue tirar leite de pedra...
Geleia de amora, de uma simples senhora...
Espalhar cheiro de pinho,
neste mundo alencarino!
Virou bar
Virou pôr-de-sol, e amanhecer...
Se deixar,
a eternidade vai acontecer...
Viajamos para "Urano",
e surtamos ?
Brincadeira...
Estou pensando é na macaubeira...
"Vi(eira)", na "Sala(tiel)", um "Pa(chelly)r" de jarros,uma "(Mend)onça" pintada no quadro,e "Abd(oral)iquei das minhas fantasias...Jo(ão) do Crato também renega "(nico)demos"..."Lu(peu)z" irrompeu, na Chapada...Não estamos nos Alpes...
Blandinooooo!
Sorrindo...
Abraço grande.
Meus amigos !
Vocês me cutucam com vara curta!
Eu não posso com vocês...
Vou ter que aprender ligeiro, com quantos paus se faz uma cangalha...
Bem feito pra mim, que me atrevi!
Vixe,
Pedrinhas poéticas atiradas num lago de versos, propaga rimas...
aconteceu aqui, rs rs rs
Xeros Help Moreira!
É por essa e todas as outras que só me atrevo a sentar numa cadeira do ICC se a Socorro Moreira sentar na cadeira vizinha. Eu já falei!
O diálogo poético entre Zé do Vale e a Socorro me lembrou o filme "Eu nunca te vi e sempre te amei". O blogger "CaririCult" já se justifica por estes encontros.
Pára com isso Salatiel!
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