TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Um Dia
Um dia , quem sabe um dia
A mulher será carne da minha carne e não carne pra minha boca
Um dia, Quem sabe
O crepúsculo não será o fim do dia mas a simples anunciação da aurora vindoura
Quem sabe um dia
Uma grande mesa cruzará os cinco continentes e os homens sentarão para conversar e degustar igualmente das primícias do pomar terrestre
Um belo dia, quem sabe
Já não haverá senhores nem escravos
os grilhões e as algemas fundir-se-ão no metal do sentimento e é esta corrente que atará todos os homens com os doces elos da alegria e da fraternidade
Um dia, certamente
A minha felicidade não precisará nutrir-se
da desgraça do meu vizinho
E a minha alegria será uma mera extensão do sorriso de muitos lábios
Quem sabe um dia
Dos canos dos canhões brotarão lírios
E as bombas explodirão apenas junto às fogueiras
Reverenciando os santos João e Pedro
Quem sabe um dia
O homem já não será o lobo do homem e nem o chacal da natureza
Um dia, quem sabe um dia
Prescrita a ação de despejo do pecado original
Voltaremos ao éden e desfrutaremos das benesses do paraíso
Sem medo da serpente e das espadas flamejantes
Quem sabe um dia
Aprenderemos como no Gênesis a arrancar a luz
em meio ao caos e à treva e o criador não mais terá motivos
para se arrepender daquele terrível e impensado ato
Cometido no sexto dia da criação
Num lindo dia, quem sabe
Descobriremos que entre o meio e o fim
Repousa o furação criador do sonhar e a calda quente do IMAGINAR
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Um comentário:
Um dia...quero o endereço desse paraíso
Um dia...quero lá morar!
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