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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Wilson Bernardo: Poemas de Natal Sertão das Fomes



POEMAS DE NATAL SERTÃO DAS FOMES.

A FORTUNA É UMA COMPROVAÇÃO SUICIDA!

Diante de todos os prazeres
o homem é um inseto
o dinheiro ao que parece não será
das fortunas um princípio sincero.
o homem dentro da alma consumida em valores
o consumo se faz nascer com os fetos o precipício.
desconhecemos a formação dos prazeres
diante de que o medo é uma regra humana.
os insetos fecundam a eternidade das espécies.
o dinheiro acelera a vunerabilidade
de que somos bacterihumanas desnecessárias.
morte!
a fortuna é apenas uma ideia de quantidade
o prazer da felicidade é bem menor do que os insetos.
a grande revolução do homem é superar
um desejo suicida.

Wilson Bernardo

OS FETOS CONSOMEM COSMÉTICOS!

Diante do espelho
cara a cara
com Narciso
o caramujo se sente príncipe!

Wilson Bernardo

DESCASCAR FRIGORÍFICOS OSSOS.

O milagre das palavras
é a fome das parábolas.
o milagre dos pães
a multiplicação dos peixes.
e no meu sertão urbano
as mulheres se contentam
com a fila dos ossos.
a carne é para quem pode
o poder
comer frutas com rodelas de dinheiro.
o milagre dos peixes
a multiplicação dos pães.
o milagre das parábolas
é a fome das palavras.

Wilson Bernardo

A MORTE É UMA FOME ORGÂNICA!...

As vacas pastam na profundeza
das águas
os peixes confiantes de traquéias
esperam pacientemente os coletores de leite.
a ruminagem dos homens comovem
os comerciantes de mortes.
fome!
sede!
aos filhos conscientes de mendicâncias
de que o pasto e as iscas
serão sempre necessidades orgânicas.
a fome humana nos leva ao saciar
desonesto de que os vegetais
vestem as carnes de luto.

Wilson Bernardo



Por: Wilson Bernardo - Poeta Marginal

Foto: Dihelson Mendonça
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