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quarta-feira, 14 de maio de 2008

A cesta básica no Cariri em abril de 2008


No mês de abril o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas – CEPEC, do Departamento de Economia da URCA, voltou a realizar a pesquisa sobre o custo da cesta básica do Cariri, interrompida em 2002. Devemos essa realização a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap e o apoio do Sindlojas de Juazeiro do Norte. A pesquisa é Coordenada pelo Prof. José Micaelson Lacerda e realizada pelos estudantes do Curso de Economia: Renato de Alencar Ferreira; Renato Xenofonte Sampaio; Soraia Madeira; Jaqueline Gonçalves; Cicelândia Tavares; e Amayanne Campos. Em Crato, foram pesquisados 3 supermercados, 3 frigoríficos, 2 sacolões de frutas e 2 padarias. Em Juazeiro do Norte, 4 supermercados, 2 padarias e 2 sacolões de frutas.
A metodologia utilizada é a mesma da pesquisa da Cesta Básica Nacional (Ração Essencial Mínima), realizada pelo Dieese em dezesseis capitais do Brasil, que acompanha mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los.
No mês de abril, o trabalhador do Cariri precisou desembolsar R$ 156,17 para adquirir a ração essencial mínima mensal, enquanto em Fortaleza o mesmo trabalhador gastou para comprar a mesma cesta, R$ 188,83. Neste mês, o custo da cesta básica foi mais elevado em Juazeiro do Norte (R$ 159,33), do que em Crato (R$146,60), conforme mostra a tabela.
O item de maior peso na cesta básica do trabalhador caririense foi a carne que representou 21,79%, do custo total da cesta. Segundo o Dieese, os preços do tomate e do pão subiram em todas as 16 capitais pesquisadas. O pão está em alta, em conseqüência de medidas adotadas pela Argentina, principal fornecedor do trigo consumido no Brasil, cuja produção é insuficiente para atender ao mercado interno. Com isso, o país se vê obrigado a comprar o produto dos Estados Unidos e do Canadá, com preço de frete bem mais elevado. As principais elevações no preço do pão ocorreram em Salvador (29,77%), João Pessoa (29,44%) e Natal (29,22%). As principais altas no preço do tomate ocorreram em Salvador (43,65%), Brasília (40,88%) e Aracaju (40,48%). O que explica o pão ter o segundo maior peso no custo da cesta básica do Cariri (19,08%) e o tomate o terceiro maior peso (17,25%).
Segundo, ainda, o Dieese, o grande aumento da cesta básica implicou a necessidade de realização de maior jornada média para aquisição dos produtos essenciais. Dessa forma, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou cumprir, em abril, uma jornada de 106 horas e 57 minutos para adquirir estes bens. No Cariri, este mesmo trabalhador precisou cumprir uma jornada de 83 horas e 32 minutos. Já em Fortaleza, o trabalhador precisou cumprir uma jornada um pouco maior que no Cariri (87 horas e 29 minutos).
O Salário mínimo necessário, de acordo com o preceito constitucional, é o salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. A família considerada é de dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto. Em termos nacionais no mês de abril esse salário foi de R$ 1.918,12, e no Cariri de R$ 1.312,02.

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