TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Poemas de Wilson Bernardo

Baladeira

Entre atirar a primeira
pedra e a dúvida
o menino não quis conversa
o alvo foi bem na testa


Casamento

E que sejam felizes
até que o dia amanheça


O circo tibetano

Na China
o contorcionismo
é uma filosofia
de monges tibetanos


Imagens rupestres

Na minha infância
o 14 Bis parecia
mais uma bicicreta


Suicídio

O nosso amor está
sobre o fio de navalha
se fizer pressão corta
a veia do coração


Dalai primaveras em lama

Um bilhão e trezentos
milhões de chineses
que é muito fácil
construir o terror

Tibet a espera das primaveras

4 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Carlos: estas quase quadrinhas do Bernardo são ironia pura. Mas não ironia de um qualquer. Uma ironia de cearense. Este povo que faz piada com a desgraça e que faz desgraça com a verve das piadas. Gosto de ler a nossa alma sem dissimulações.

Carlos Rafael Dias disse...

É isso,Zé!

Você disse tudo com muita propriedade

O poeta WILson BERNAdo é um figuraça
Sua melhor poesia é ele mesmo

Caboclo cibernético
(como diria Geraldo Urano) a perturbar o marasmo citadino.

Salve, Wilberna!

Marcos Vinícius Leonel disse...

Salve Bernardo, o poeta das alucinações e dos coloridos fragmentos de realidade.

Cê tá poderoso poeta.

Unknown disse...

nunca se construiu um poema tão perfeito como o odio,isso mesmo considero o sentimento mais verdadeiroé poético da humanidade,prefiro o odio e a consternação do que os favos louros grecianos ,um poeta se refaz de máslínguas é combustivel neurotitanico velhos companheiros de poesias.muita MERDA TIBETANA PARA TODOS wilson bernardo