Conheci Violeta Arraes muito antes da sua temporada no Crato na condição de Reitora da URCA. A primeira vez que vi Violeta foi numa segunda-feira pela manhã, quando eu e Sérgio “Guevara” Ribeiro desmontávamos o “circo” que tinha sido o Salão de Outubro de 1986, no Parque Municipal do Crato (atual praça Alexandre Arraes).
Era relativamente cedo, pela resseca que sentíamos após três dias de farra regada à arte caririense (música, artes plásticas, poesia, artesanato, teatro, cinema e performances variadas). Ela tinha acabado de chegar ao Crato, vindo da capital, e trazendo a tiracolo Lucy Barreto, esposa do fotógrafo e produtor Luís Carlos Barreto. Ela chegou até nós em busca do Salão de Outubro.
Mas o cenário encontrado era só desolação. Os atrativos mais valiosos, ou seja, os quadros de Normando Rodrigues, Luiz Karimai, Stênio Diniz, Moésio, Beto, Bola, Nicodemos e tantos outros,- já tinham sido recolhidos à casa de Normando, bem perto dali, na rua Cel. Secundo, duzentos metros, no máximo. No mais, só o lixo que inevitavelmente fica quando se junta uma pequena multidão.
Levamos dona Violeta e dona Lucy até a casa de Normando, que estava igualmente ressacado; porém, já recolhido ao descanso necessário. Gritamos na sua porta, que não tinha campainha. Normando acordou meio que de mau-humor; mas acordou, e, devidamente informado daquela visita inoportuna para o seu conforto, mas, por demais representativa,- teve a elegância de expor todas as obras no roda-pé de sua sala para deleite daquelas duas exemplares senhoras.
(Continua...)
Um comentário:
" A rosa de Paris " , a Primavera do Crato !
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