Petrúcio Maia / Brandão
Quando não houver mais música no ar
Nem houver sorrisos em volta
Quando nada na tarde morta
Além do cansaço da vida falar
Quando o cigarro irritar a garganta
E a bebida os lábios queimar
E a presença de alguém que ainda canta
Não consiga no peito cantar
Quando a rua, a casa e a porta
Não mais falem de ir ou chegar
Quando não mais houver poesia
Na triste canção de uma mesa de bar
É preciso entender que perdida
Pela vida uma estrada caminha
E que uma cidade sozinha
Não comporta a procura da vida
É preciso sair pelo mundo
Procurando somente encontrar
É preciso alcançar a aurora
Que a noite teimou em fazer não chegar
É preciso entender que a vida
Quer um jeito de resistir
E é preciso saber que agora
Aurora não pode esperar por vir
Comentário
"Tantas vezes descrito por Fagner como "o meu compositor preferido", Pet Maia, como era chamado pelos amigos, teve seu único trabalho solo em vinil (posteriormente ele lançaria um CD com a esposa Bigha Maia) lançado em 1980, também pelo selo EPIC.
"Melhor que mato verde registra Pet Maia cantando, traz temas instrumentais compostos por ele e participações especiais nos vocais como Ângela Linhares, Fausto Nilo, Téti e Fagner na linda "Reflexos do baile". O time de músicos também foi muito bem escalado com Herman Torres ( o mesmo que fazia parte da banda que acompanhava Fagner nos shows em 1976), Manassés, Ife, Antonio Adolfo (que estava muito próximo dos músicos cearenses nessa época), Tuti Moreno, Dominguinhos, Serginho Boré, Ozias, Ari Santos e Zé Carlos.
"Infelizmente Pet Maia faleceu muito cedo, deixando um grande vácuo não só entre seus muitos amigos, mas também na música cearense, onde ele, se estivesse vivo, estaria contribuindo com suas belas melodias e com a enorme sensibilidade que caracterizava sua personalidade."
Um comentário:
Rafa, eu tinha uma amizade muito próxima com Petrúcio, 1979 e anos 80s... Essa matéria me aguçou a saudade deste que sem dúvida foi um dos poucos grandes da música cearense. Convivi na mesma época em frequentava a MARAPONGA, na casa do Ricardo Bezerra, outro grande, que compôs a lenddárria: CAVALO FERRO. Por lá aparecia: Cirino, Angela Linhares, Renato das Neves, dentres tantos.
Legal essa matéria.
Grande abraço ao grande Historiador!
Pachelly J.
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