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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vaticano evolução, mas não se desculpa de Darwin


Philip Pullella
Da Cidade do Vaticano



O Vaticano disse nesta terça-feira que a teoria da evolução é compatível com a Bíblia, mas não planeja um pedido de desculpas póstumo a Charles Darwin pela fria recepção dada a ele há 150 anos.



O arcebispo Gianfranco Ravasi, o ministro da Cultura do Vaticano, deu a declaração durante o anúncio de uma conferência de cientistas, teólogos e filósofos que acontecerá em Roma em março de 2009, marcando os 150 anos da publicação da obra "A Origem das Espécies" de Darwin. Igrejas cristãs são há muito tempo hostis a Darwin, pois sua teoria conflitava com a acepção bíblica da criação.

Mais cedo nesta semana, um importante membro da Igreja anglicana, Malcom Brown, disse que a instituição devia desculpas a Darwin pela maneira como suas idéias foram recebidas na Inglaterra.

O papa Pio 12 descreveu a evolução como uma abordagem válida do desenvolvimento humano em 1950 e o papa João Paulo segundo reiterou o fato em 1996. Mas Ravasi disse que o Vaticano não tinha a intenção de se desculpar por sua visão negativa anterior.

"Talvez devêssemos abandonar a idéia de emitir pedidos de desculpas como se a história fosse um tribunal que está eternamente em sessão", disse, acrescentando que as teorias de Darwin "nunca foram condenadas pela Igreja Católica e nem seu livro havia sido banido".

O criacionismo é a crença de que Deus teria criado o mundo em seis dias, como é descrito na Bíblia, no Gênesis. Para a Igreja Católica, o livro faz uma alegoria para a maneira como Deus criou o mundo.

Alguns outros cristãos, na maioria protestantes nos Estados Unidos, lêem o Gênesis literalmente e protestam contra o fato de a evolução ser ensinada em aulas de biologia em colégios públicos.

Sarah Palin, a candidata à Vice-Presidência pelo Partido Republicano, disse em 2006 que apoiava que o criacionismo e a teoria da evolução fossem ensinados nas escolas, mas afirmou subseqüentemente que o criacionismo não deveria necessariamente ser parte do curso.

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