Olhando agora a estante
não vejo nem sombra dos meus livros.
Sobre a escrivaninha sequer a própria pele.
Evaporou-se minha máquina de escrever Olivetti 45.
Sempre fui um crápula
com meus objetos de valiosa estima.
Mesmo com aqueles
que me ofereceram de sobra
mortes e renascimento.
Diante do meus olhos
nenhum soldadinho de chumbo
nenhuma moeda rara
nenhuma miniatura de fusquinha amarelo.
O meu castigo
é a cada madrugada
o vazio criar raízes nos meus dedos.
2 comentários:
Domingos ,
Aceite o castigo das madrugadas .
O silêncio apura o devaneio.
Beijo
Poeta, a safra tá boa.
Vamos plantar dor e colher versos.
Grande abraço!
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