TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Dor

Nessas horas tortuosas
é uma dádiva não ter em casa
um revólver.
O gatilho é leve e frio
feito uma patinha de rã.
E a loucura
hospedeira do mal
nunca dorme,
nunca dorme.

Nessas horas patéticas
quando pessoa é animal
é uma graça não ter em casa
uma espada de samurai.
A ponta da lâmina encanta.
O ventre suplica para ser rasgado.
E a loucura
hospedeira do mal
nunca dorme,
nunca dorme.

Nessas horas tristes
é uma vida que morre.
Sem gatilho apertado,
sem espada cortante.
E a loucura
hospedeira do mal
nunca dorme,
nunca dorme.

Nenhum comentário: