TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sobre a manhã desta segunda feira - 17 de novembro de 2008

A pauta do G - 20
O G-20 terminou em acordo com pauta anticíclica. Ou seja, enfrentando os ciclos de recessão que se tornaram necessários (quase metafisicamente) ao capitalismo. Tudo do catecismo fundado com a grande depressão dos anos 30 foi incluído na pauta: a) não levantar barreiras comerciais nos próximos 12 meses (incluindo um empenho de romper o impasse da rodada de Doha); b) medidas fiscais para impulsionar rapidamente a demanda interna (a fórmula "conservadora" de Keynes para evitar a revolução sobre o capital e o capitalismo); c) reforma das instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial); d) mais recursos para as economias emergentes; e) mudança na política monetária caso necessário (aí se encontra o fio da navalha do futuro do capitalismo e especialmente das nações), f) monitoramento dos 30 maiores bancos do mundo e g) para ser construído no futuro uma instituição para fiscalizar o funcionamento do mercado financeiro internacional.

Qualquer um que leia esta pauta sabe que ela enterra de vez o neoliberalismo que nasceu das contradições da Inglaterra e dos EUA, especialmente em relação ao Estado de Bem Estar Social. Não significa que os teóricos da escola de Milton Friedman se calem, pois afinal o capitalismo continua tendo a sua vez de salvação por esta pauta. Também não significa que as questões da pobreza mundial, do meio ambiente e guerras tenham sido superadas. Apenas estão aplicando os recursos sociais, mais uma vez, para salvar a alça ascendente e virtuosa da acumulação do capital.

Só para nosso controle. As grandes questões da humanidade ainda estão fora de uma pauta das nações. E como questões sociais resultam em soluções políticas, muito ainda experimentaremos nos próximos anos.


Mídia e poder nas eras de crise
O uso dos meios é questão política, social, cultural, econômica e por aí vai. Portanto os meios não serem neutros não significa que estejam interditados para usos universais. Outro ângulo é que os meios, ao se tornarem valor de mercado, ou econômico, incorporam este valor que é essencialmente político (posto que fonte de poder) como se finalidade ou princípio fossem. Quando se fala em democracia, em equilíbrio político e controle dos poderes se busca cessar este tipo de inversão ou troca do todo por uma parte (um meio).

Por isso é que nossos governantes (incluindo o operário Lula) por vezes nos parecem tão ridículos e insinceros. Na maior partes das vezes encenam uma pantomima cujo embuste não se esconde sobre os efeitos da mídia. Mesmo quando problemas graves são abordados, há um burilar que mais esconde que revela o grande debate público. Isso nos anos de crise é usado à exaustão. Joseph Goebels morreu antes de escrever um tratado técnico, mas deixou os efeitos de sua produção.

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