TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 13 de dezembro de 2008

E O QUE DIZER DESTA MENINA?

Uma menina de olhos baixos para o público. Um ar desamparado frente às dimensões daquela imensa assembléia da humanidade. Só raramente levanta seus olhos intensamente pretos na imagem que até aqui chegou para as câmaras que as mostra. Seus cabelos raspados, uma cabeça tão perfeita que só a vemos quando cabelos não a recobre. E a câmara passeia em sua volta e a humildade triste daquela pequena continua com os olhos voltados para baixo e para o interior desta imensa câmara das paixões humanas. E ela se balança de um lado a outro, lento e timidamente, como aquelas nossas escolares ao se exporem para um récita ou um canto frente à classe. Que imagem maravilhosa da integridade dos tempos e da vida.

Pois diante de nós uma das mais belas interpretações de uma canção muito popular nos musiciais do século XX: D´ont Cry for me Argentina. Uma interpretação que torna a original de Madonna no que apenas é: uma canção pop. Plena de plenos pulmões, agudos estridentes, um olhar sentimentoso e muito pouco do que não é dinheiro. Mas com esta menina o termo em que as coisas humanas se encontravam é demasiadamente humana. Tão humana que certamente o sol amanhã nascerá como honra da mulher, desta mulher e todos seres que humanos se acham.

E quando neste domingo o Maracanã se abrirá para a grande mídia musical, saibam todos e aqui declaro: SINEAD O´CONNOR, uma colegial explode toda a grandeza do drama humano

8 comentários:

socorro moreira disse...

E o que dizer desse menino ?

Dihelson Mendonça disse...

O menino escreve bem demais!
É uma pena ( Para mim ), que eu ache paupérrima, piegas, adocidada, qualquer interpretação de "Don´t cry for me Argentina", mesmo tendo toda uma história, um sentimento de um povo por trás dessa canção. É pessoal. E sendo sincero, detesto apresentações arrebatadoras, piegas em que os artistas se colocam numa espécie de Coliseu, como o JEAN MICHEL JARRE, para milhões de pessoas, num palco ultra-celestial. Assim como tantos percorrem esses caminhos obtusos, como Vangelis, Rick Wakeman, OS 3 TERRORES - Jose Carreras, Pavarotti e Placido Domingos, que eu faço questão de só ouvir se eu tiver um vidro de PLASIL ( anti-vômito ) por perto, afinal, nada mais terrível de se ouvir que os 3 TERRORES cantando "Aquarela do Brasil" no Coliseu...

Brazil...mio Brazil brazileiraaaaaa... Agghhhghhhhh

Então, resumindo, embora eu não goste lá dessas coisas grandiosas demais, tudo demais, luz demais, som demais, prefiro o pensamento de Leny Andrade, que disse certa vez que ela não visava grandes platéias. Gostava mesmo de cantar para poucas pessoas e se entregar de corpo e alma, olhando nos olhos de quem estava perto e ouvindo. Sobretudo de forma acústica, num ambiente acusticamente trabalhado.

Mas certamente, o show Business tem lá seus créditos, e as mega-estruturas tipo Maracanã em que Sinatra fez seu show também ( um dos piores, em 1980 ), tem seus milhões de ídolos, com interpretações típicas da Disneylandia de Mickey Mouse.

E o que enfim, eu desejo elogiar, é a forma sublime, a admiração sincera que o grande escritor José do Vale tratou de um tema banal, que se perderia como uma folha carregada pela correnteza, em uma verdadeira obra-de-arte, IMHO, superior à própria canção em si.

Abraços Sinceros,

Dihelson Mendonça

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Dihelson: gostaria de ter dito tudo como você o disse. E já me dou por resolvido ao provocar esta análise vinda de um músico.

Lupeu Lacerda disse...

zé do vale. gosto pra caralho de sinead o´connor. gosto como ela canta dont cry for me argentina. e gosto sobremaneira da forma elegante como você escreve (descreve?) cenas que logo em seguida se autocolam em nossa memória.

agora, na boa. quem é "de verdade" que quer ser artista pra meia dúzia de pessoas dihelson? não ter público não significa em absoluto que o artista é bom e está "fora" da mídia. porra! rick wakeman "a grande merda" dos teclados fez discos antológicos, conseguiu fazer a GRANDE MERDA de um teclado entrar pela porta da frente do rock intuitivo dos anos 70. eu conheço um pouco do vangelis, acho bom. já me diverti um monte ouvindo jean michel jarre, os tenores? acho esquisitos. agora, se sobrar um pouco de plasil manda pra mim, que eu DETESTO leny andrade.

Dihelson Mendonça disse...

Meu caro amigo Lupeu,

Quem na verdade tem mais crédito de ter feito os teclados entrarem pela porta da frente no Rock dos anos 70, ( o que pra mim não é grande merda ), na verdade, BEM ANTES do Rick Wakeman, foi o Keith Emerson, do ELP - Emerson Lake e Palmer, guru do Rick Wakeman.

Emerson levava as multidões ao delírio em coisas típicas do Rock dos 70, tipo tocar com o teclado pelas costas e de cabeça pra baixo. Compôs obras colossais (Considerando que é Rock ), de modo que este deveria merecer mais crédito do que os citados no comentário para bem da justiça.

Mas tudo é pessoal.
Quando falamos, falamos de nós mesmos. Apenas expressei minha opinião, amigo. Não quer dizer que corresponda à verdade. O Que é a verdade ?

Adoro leny Andrade, como Adoro Carly Simon, Nancy Wilson, Susannah McCorkle, mas há que se distinguir entre o mero gosto pessoal e o produto de qualidade musical verdadeira. Quando entramos em questões dos achômetros, tudo é permitido.

Sendo assim, respeito todo o seu direito pessoal de curtir o "Don´t Cry for me Argentina" e Sinead o´connor...e vendo pelo ponto de vista meramente pessoal, assim, nada mesmo até contra Madona, Michael jackson ou mesmo Reginaldo Rossi e Amado Batista. A Música é uma arte muito democrática. Há música para todos os gostos e mentes.

Eu sou apenas um cara chato que toma PLASIL com as besteiras do mundo, e quando este não faz efeito, vomita o que pensa na cara das pessoas por sinceridade, sem temer a reação. Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça, quem não tiver, que pule o tópico!

Abraços Cratenses para Petrolina,

Dihelson Mendonça

Dihelson Mendonça disse...

Zé do Vale, meu querido!
Você é um rapaz bem-intencionado.
Vai lá curtir seu "Don´t cry for me Argentina" e seja feliz. Não liga para as opiniões deste maluco aqui, que não suporta mais música "Maçã-do-Amor". Tu és jovem. Eu sou apenas um velho...

Um Grande e Sincero Abraço,

Dihelson Mendonça

Lupeu Lacerda disse...

proçê ver como são as coisas né meu amigo e excelente músico dihelson mendonça? eu aqui de "juazeiro da bahia", que nada tem a ver com petrolina, (a não ser a proximidade e a ponte presidente dutra), achei que "música", "arte" e quejandos, tinha a ver com a proposta de mostrar "ao maior número de pessoas possível", uma maneira "pessoal" de fotografar um instante numa polaroid. e dizer: isso é bom. isso é ruim. isso é falta de cultura. isso não é isso por causa disso. detesto issos como você detesta achismos. emerson lake and palmer, ducaralho. o que não é demérito pro wakeman, convenhamos.obras colossais (considerando que é rock?). no dia em que um artista conseguir olhar além do seu próprio umbigo, e se auto-determinar que ele é "finito", talvez os semi-deuses diminuam de tamanho, as opiniões sejam mais simpáticas de parte a parte, o plasil vai vir envasado na água, e vamos viver o tédio "colossal". saudações do amigo, 43 anos, ouvindo rock and roll ainda, achando solos de guitarra mais importantes que teclas pretas e brancas, bebendo cerveja no domingo, e alucinado de vontade de assitir o iron maiden em recife. (considerando que é uma banda de rock).
hasta la vista, plasil para todos.

Dihelson Mendonça disse...

Você está totalmente certo, Lupeu Lacerda! rs

Dihelson Mendonça