TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Alhures - Por: Claude Bloc


Sento-me
Sinto-me
E nesse sentimento louco
Solto-me
Alheia ao vão das coisas.

A prosa cala
A poesia fala,
Dança
Chora
Vibra e se enrosca
Aos sonhos.

Sento-me
Sirvo-me
Sorvo o som de alhures
Inspiro-me
Nos olhos que entrevejo
E sinto o medo
A arrastar-me incógnito
Pelos recônditos
De um amor silente.

Sento-me
Sirvo-me da palavra
Esse gesto incansável
Que me leva ao destino
Do que nunca terei...
Falo sozinha e
Busco uma resposta.

O mar e as encostas...
A sede e o sentido
Dessas palavras todas.

Sinto-me
E busco essa paz
Que me deixas
Sento-me
A devorar a noite
Em silêncio.

Texto de Claude Bloc

3 comentários:

Domingos Barroso disse...

Claude,
quando sua alma começa sussurrando
versos silenciosos que se confundem
com a própria silhueta da noite
é bem natural que seu corpo também
acompanhe tal deslumbramento -
um suspiro, um engasgo, uma quietude dos cílios.
Lindo poema.
Abraços.

Claude Bloc disse...

Domingos,

Adorei sua apreciação. Você leu direitinho as entrelinhas.
Grata pela presença.

Abraço,

Claude

Claude Bloc disse...

Seu comentário é um poema...
Lindo!