Retornar é um verbo de muitas ações. Não são ações apenas nossas, pois elas se ampliam em possibilidade em razão do quê e para quem esta ação se verifica. É que o verbo composto da partícula “re” aposta ao verbo “tornar” se origina na palavra “torno” latina que é literalmente este instrumento que conhecemos de tornear, dar uma forma exterior à matéria. Por isso retornar é tornear nossa pessoa em razão do território, do espaço, do tempo, das nossas experiências vividas; do sentido de devolver aquilo que carregamos conosco; de novamente nos manifestarmos; de voltar a ter existência, ressurgir no horizonte e de dar resposta às perguntas que nos fazem e nos fazemos.
Retornar ao espaço côncavo deste verde vale em que europeus, africanos ou asiáticos mais não somos. Somos um pouco deste feio mestiço, desta beleza incomensurável, pois todas as medidas lhes são relativas e nenhuma se diz o padrão ouro com os quais se medem os caririenses. Este é um povo desmedido. Um tanto pretensioso, muito ressentido do progresso que aqui não há (aliás há, sempre no vizinho); um povo tão rico em camadas sedimentares, um momento é barro, noutro som, quem sabe poesia, talvez uma labuta de meio salário mínimo. E nós precisamos retornar a nós mesmos.
Regressar ao tempo vivido. Que as lembranças dos mais velhos não provoquem bolor no ânimo dos mais jovens, pois a face já torneada, destes, foi figurada exatamente tendo como modelo o correr do tempo. Quem retornar já sabe o faz na medida do tempo, além do espaço.
Devolver as presenças que daqui levamos e delas nos fizemos em uso estrangeiro, até que de novos efeitos afiliados, torne novamente ao tempo e ao espaço de onde se originou. Esta devolução é fundamental para aqueles que retornam. Não podem chegar anos depois sem algo cujo nome representa um eixo daquelas coisas levadas e por isso as dizemos: presentes. Levamos presenças e devolvemos presentes.
Novamente nos manifestarmos quando um silêncio entre antes e agora ocorreu. E o novo manifesto é um patamar acima do primeiro manifesto, por isso mesmo é que o sentido de tornear lhe agrega característica. Novamente dizer que o manifesto é uma oração coletiva mesmo quando no altar mor sua liturgia ocorra enquanto simultaneamente em altares menores tantas liturgias de igual importância ocorram. O novamente manifestar-se é cessar o efeito totalitário do manifesto único, é, pela diferença, falar da mesma alma histórica do povo do cariri, ou melhor, dos povos da bacia sedimentar do Araripe.
Agora sabemos. Afinal ressurgir. Novamente ter existência neste encontro de muitos, daqueles que postam, dos que comentam e dos que lêem e noutros ambientes repercutem com novos molhos o conteúdo ampliado do que leram. Enfim: renascendo no Cariricult e no Blog do Crato.
Retornar ao espaço côncavo deste verde vale em que europeus, africanos ou asiáticos mais não somos. Somos um pouco deste feio mestiço, desta beleza incomensurável, pois todas as medidas lhes são relativas e nenhuma se diz o padrão ouro com os quais se medem os caririenses. Este é um povo desmedido. Um tanto pretensioso, muito ressentido do progresso que aqui não há (aliás há, sempre no vizinho); um povo tão rico em camadas sedimentares, um momento é barro, noutro som, quem sabe poesia, talvez uma labuta de meio salário mínimo. E nós precisamos retornar a nós mesmos.
Regressar ao tempo vivido. Que as lembranças dos mais velhos não provoquem bolor no ânimo dos mais jovens, pois a face já torneada, destes, foi figurada exatamente tendo como modelo o correr do tempo. Quem retornar já sabe o faz na medida do tempo, além do espaço.
Devolver as presenças que daqui levamos e delas nos fizemos em uso estrangeiro, até que de novos efeitos afiliados, torne novamente ao tempo e ao espaço de onde se originou. Esta devolução é fundamental para aqueles que retornam. Não podem chegar anos depois sem algo cujo nome representa um eixo daquelas coisas levadas e por isso as dizemos: presentes. Levamos presenças e devolvemos presentes.
Novamente nos manifestarmos quando um silêncio entre antes e agora ocorreu. E o novo manifesto é um patamar acima do primeiro manifesto, por isso mesmo é que o sentido de tornear lhe agrega característica. Novamente dizer que o manifesto é uma oração coletiva mesmo quando no altar mor sua liturgia ocorra enquanto simultaneamente em altares menores tantas liturgias de igual importância ocorram. O novamente manifestar-se é cessar o efeito totalitário do manifesto único, é, pela diferença, falar da mesma alma histórica do povo do cariri, ou melhor, dos povos da bacia sedimentar do Araripe.
Agora sabemos. Afinal ressurgir. Novamente ter existência neste encontro de muitos, daqueles que postam, dos que comentam e dos que lêem e noutros ambientes repercutem com novos molhos o conteúdo ampliado do que leram. Enfim: renascendo no Cariricult e no Blog do Crato.
5 comentários:
José do Vale,
(Re) tornando
(Re)tornar à luta renhida
(Re) vigorar o que restou da véspera
(Re)abastecer as emoções contidas
(Re)implantar alegrias e cores
(Re) voar por sobre o vale,( Vale!)
(Re) tomar a palavra e o fuso
(Re)dobrar os anseios
(Re)afirmar os sorrisos...
Eis, pois, que se (re)faz o processo...
A luz que se acende no espaço
Quase vazio de gentes e sonhos.
Eis, pois, que o verde (vale) se emenda ao azul
para o retorno
De paz!
Bom retorno!
Abraço,
Claude
seja muito bem vindo
e bem lido
um grande abraço
Professor José do Vale, apesar de não conhecê-lo pessoalmente fico feliz por sua volta, pois é sempre bom ter na discussão mais um que têm um olhar que congrega categorias tão importantes que é o Tempo e o Espaço. Seu texto é recheado de categorias geográficas, e isto muito me alegra pois sou Geógrafo. E reforço o seu retorno ao seu LUGAR, pois sabemos que o lugar é o espaço da vivencia, da afetividade, da identidade, sendo assim você enquanto cratense esta no lugar certo.
Saudações Geográficas!
João Ludgero
Do Vale,
"Levamos presenças e devolvemos presntes ".
O retorno nem precisa ser pródigo( Distante ou perto tens a presença, no pensamento- És prata da casa)...
Ele já é um tesouro!
Independente das esperas , a gente continua tomando banho de sol e de lua.
Nem só da palavra expressa , vive o poeta.Ele alimenta-se das emoções rasgadas e torneadas pelo olhar, que se mantém na linha do azul.
Vamos jogar sinuca ?
Pegar o taco e acertar, no vazio interior, algumas bolas.
Não existe o giz para marcar o ponto.Pontos de alegria , com a volta , sentem-se desobstruídos, e verbalizam em voz ativa : Boas vindas !
Beijo
Estranhamente me sentí mais segura com a tua volta, como quem pode abrir a sombrinha e passar na chuva sem se molhar...
Tem um aroma de paz na tinta das tuas vozes escritas...agradeço por aparecer de novo.
Marta.
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