TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 22 de março de 2009

Sumiços

O tempo do poeta é movediço -
jogar para o alto panquecas
e apertar o cadarço do tênis sujo.

Tudo em questão de segundos -
as ondas, o barco virando, a alma fugindo.

Não procuro outro tempo
além das minhas posses momentâneas -

as panquecas queimadas
e os lânguidos braços no chão.

Um comentário:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Domingos é uma imagem rural mas ouso dizer: acho do maior efeito poetas que seguram o bezerro que não foge. Mesmo quando diz sumiço, vai das panquecas no ar ao chão até a última estrofe.