por Luiz Carlos Azenha
"O Viomundo recebeu cópia de um cheque por e-mail. Mostra que um certo Pafúncio Dantas pagou 1 bilhão de reais a uma pessoa que tem o mesmo nome de um dos controladores da Folha de S. Paulo.
Donde a manchete: Dantas pagou 1 bi à Folha.
Não consegui confirmar a autenticidade do cheque. Mas também não consegui demonstrar que ele é falso, nem produto de uma de minhas múltiplas personalidades.
Assim sendo, eu publico primeiro. Se a Folha chiar, eu desminto mas deixo claro: não consegui comprovar a autenticidade, nem que é falso.
Essa é a lógica empregada pelo jornal ao admitir que publicou uma ficha de Dilma Rousseff que recebeu por e-mail.
Em vez de enfiar o galho dentro, dizer que fez bobagem e pedir desculpas, a Folha diz:
O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o "arquivo [do] Dops". Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada.
Nem original esse "jornalismo" é.
É uma versão do "testando hipóteses", de Ali Kamel, que foi aplicado com maestria no acidente da TAM em Congonhas. Kamel escreveu, em defesa da imprensa, em O Globo:
Na cobertura da tragédia da TAM, a grande imprensa se portou como devia. Como não é pitonisa, como não é adivinha, desde o primeiro instante foi, honestamente, testando hipóteses, montando um quebra-cabeça que está longe do fim.
Ou seja, a Folha estava apenas "testando a hipótese" sobre a autenticidade da ficha.
Não se esqueçam que quem deu uma grande contribuição a esse gênero do jornalismo foi o repórter Marcio Aith -- ex-Veja, hoje na Folha --, ao reproduzir as contas de integrantes do governo Lula no Exterior."
Nenhum comentário:
Postar um comentário