TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 20 de julho de 2009


(Fonte: jornal O POVO)

Expocrato dos negócios e da balada

A 65ª edição da Expocrato terminou ontem. O evento, há muito tempo tradição no calendário do Estado, não é só oportunidade de bons negócios para criadores e expositores. Nos últimos anos, virou também o maior festival de shows do Cariri


No início, em 1944, eram quatro bois amarrados num pé de eucalipto. Essa é a lembrança de Rui Borges, 72, que viu a Expocrato virar a maior feira de agropecuária do Estado. A edição de 2009, encerrada ontem, contou com 504 expositores e criadores e uma média de seis mil visitantes por dia. O evento transforma a cidade, lota as ruas, restaurantes e hotéis. “Mesmo que você não venda, aqui fazemos bons contatos”, afirma Francisco Fernandes, 53, criador de carneiros da raça Santa Inês cujo reprodutor pode custar até R$ 10 mil.

Para os leigos, os preços impressionam. Uma vaca prenha da raça nelore custa R$ 20 mil. Uma novilha (como se chama a vaca que ainda não cruzou) da mesma raça foi vendida por R$ 48 mil. “Não tínhamos a qualidade e a quantidade de animais que temos hoje”, diz Francisco Leitão Moura, presidente do grupo gestor da Expocrato, comemorando o sucesso dessa edição. O volume de dinheiro movimentado nos oito dias do evento ainda não foi contabilizado. Só o Banco do Nordeste fechou R$ 29 milhões em transações financeiras. Um milhão a mais que em 2008.

Mas a maior parte do público não está interessada em negócios. De dia, famílias e crianças se admiram com o tamanho dos bichos, tiram fotos e fazem compras. Do fim da tarde em diante, a Expocrato vira balada. Ontem, noite de encerramento, a grande atração era a dupla Victor e Léo. Quinta-feira teve Chiclete com Banana e sábado, Aviões do Forró. “Todo mundo que mora aqui vem todo dia. De manhã, para ver os animais e encontrar os amigos. Os filhos do Crato que foram embora, sempre vêm nessa época”, conta Alana Monteiro, 45.

Leila Rodrigues, 31, chegou cedo com a filha Lais, 6, no último dia da exposição. “Assim a gente tem a oportunidade de ver melhor as coisas. Fim de tarde já é cheio demais”, diz. Ela começou a frequentar a Expocrato quando tinha a idade da filha. “Por aqui é tradição mesmo”. Além da população local, durante a semana da festa não para de chegar gente de longe. Os carros têm placas de Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Maria Félix, 43, vendeu suas toalhas bordadas para turistas de São Paulo, Rio de Janeiro “e até do Rio Grande do Sul”.

(Mariana Toniatti, enviada ao Crato)

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