TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Taberna

A poesia está morta
tal qual o cadáver na sua cova

tentada por gentis vermes
e adoráveis minhocas.

A poesia está sepultada
no fundo do abismo oceânico

cortejada por moluscos albinos
e desdentadas sereias.

A poesia está entreaberta
por onde não passa vento

não sobe formiga
não desce chuva.

A poesia está apagada
feito meu último cigarro

cuja boca vermelha
em brasa

beijou-me o braço.

Mais uma bolha.
Cicatriz para eternidade.

Nenhum comentário: