A poesia está morta
tal qual o cadáver na sua cova
tentada por gentis vermes
e adoráveis minhocas.
A poesia está sepultada
no fundo do abismo oceânico
cortejada por moluscos albinos
e desdentadas sereias.
A poesia está entreaberta
por onde não passa vento
não sobe formiga
não desce chuva.
A poesia está apagada
feito meu último cigarro
cuja boca vermelha
em brasa
beijou-me o braço.
Mais uma bolha.
Cicatriz para eternidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário