TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Lina, Dilma e a Política na Comunicação Social

Falar mal dos pais, dos namoradores e parceiros é tão fácil quanto falar mal dos governos. Como já disse Caetano Velloso: “de perto ninguém é normal.” De perto vivemos tantos detalhes em que tudo é possível, especialmente as fraquezas morais e de estilo.

Ora toda vez que um agente de Comunicação Social levanta algo sobre familiares, colegas em sentido genérico, autoridades, líderes e famosos, a tendência é se acreditar naquilo como verdade. O pior de tudo que não se trata apenas da verdade: é aquela de araque, baseada em conceitos morais impraticáveis na maior parte das vezes pela grande maioria das pessoas. Busca-se nestas referências a “culpa” pelo não acontecer de algo improvável.

São mitos condenatórios numa civilização que se sente culpada, é cristã, a religião das pessoas que mataram o seu próprio Deus quando em estado humano. Talvez agora mesmo já estejamos em superação disso, mas levará muitos anos e diversas gerações para que o provável e o improvável passem por outras considerações que não apenas moral.

Quando vejo aquele discurso ético de setores da política brasileira quase canto com o Nervos de Aço: “me dá um desejo de morte ou de dor.” Todos tentando colar nos outros o irrealizável com a finalidade de se colocar em alternativa na miudeza da mediocridade realizável. Agora mesmo foi aquela coisa entre uma ex-Secretária da Receita e uma Ministra com possibilidade de ser presidente da República.

Os jornais foram no mito acima descrito. Sustentaram a versão da ex-Secretária como verdadeira e da Ministra como mentirosa e tome gente a tornar verdade irremovível o que eram duas versões. Depois a Secretária declara que ocorreu o encontro: não sabe quando e nem precisar o horário, apenas o conteúdo. E qual é mesmo o conteúdo.

Um conteúdo que não existe. Alguém aí imagina que uma Ministra não se interessaria pelas práticas do Estado, especialmente com uma agente de governo e com um tema de repercussão política? Por outro lado, alguém duvida que a Secretária execute qualquer improbidade apenas por que uma Ministra quer? Se este alguém imagina já se encontra no cinismo deste pastel de vento.

Agora mesmo corre a boca pequena que a data do encontro foi no dia 19 de dezembro do ano passado segundo a ex-Secretária. Acontece que naquele dia a Ministra estava fora de Brasília e a Ex-Secretária também. Ambas são personagens pública e facilmente controláveis.

Aliás, você nunca saberá o que um grande banqueiro, algum Executivo de grande empresa, ou em acertos de milhões de reais; dizem quando se encontram. Não sabem que decisões tomarão na hora de cortar salários, mandar gente para o olho da rua, aplicar milhões em investimentos especulativos.

4 comentários:

Unknown disse...

Sinto o mesmo.

Bart Simpson disse...

Dilma é uma péssima escolha de Lula. Arrogante , autoritária e com várias histórias mal contadas no caminho.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Pedro,

Esta é uma análise possível. Eleições são escolhas, confrontos de idéias e de visões de mundo. Apenas pediria que não interpretasse meu texto como mera defesa da Dilma, mas como análise de setores da mídia nacional.

Marta F. disse...

Desde que li, ficou em negrito o 3° parágrafo a fim de um destaque da opinião mais clara das que li sobre o caso do disse-não-disse dessas mulheres- aliás, a ultima mancada da imprensa dominante- e você coloca as duas no lugar exato.

(Ah, Pedro, contam histórias mal contadas, acredite...e seria ideal ser competente e ainda carismática para as eleições, concordo.)

Grande TEXTO, José do Crato. Um abraço.