TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Roer

Divirta-se mas não conte com minha alma.
Minha noite sóbria

cabeça de alfinete
brilha debaixo da fluorescente.

Transfigure-se mas não me aprisione sob as sombras.
Minha noite calma
dorme dentro da caixa de sapato.

É sem unhas que vejo meus dedos.
É caolho que sinto os cílios.

Pule do abismo mas não esqueça da cama elástica.
As palmas das minhas mãos
nem sempre salvam as lágrimas suicidas.

5 comentários:

Marcos Vinícius Leonel disse...

Grande poesia, poeta.

Estive ausente e precavido, agora volto ainda meio desconfiado das autorias e das desautorizações, eis que me deparo com duas poesias de força, a sua e a de Sávio, esse é um grande estímulo para quem anda de saco cheio com as poses e falta de legitimação, como eu tenho estado.

no front sempre
abraços

Domingos Barroso disse...

Meu camarada e meu irmão,
mesmo em silêncio (ausente nunca)
tu estás presente com tua força imaginativa e tua sagacidade.

Tu sempre foste um divisor de águas na minha própria poesia.

Um caloroso abraço.

Dihelson Mendonça disse...

Poeta de todas as horas,

Estás a te superar a cada dia. Como é bom ver que algumas pessoas conseguem se aperfeiçoar naquilo que já fazem com amplo domínio.

Eu elogio, porque eu quero elogiar MESMO, ok?

Um abração.

Dihelson Mendonça

Dihelson Mendonça disse...

Magnífico! Conciso! Elástico como a própria cama. Conteúdo desdobrável.

( Depois de reler mais 2 vezes )

DM

Domingos Barroso disse...

Dihelson,
meu camarada,
sei que tudo que dizes
é franco e verdadeiro.
Um cara que tem os ouvidos
e a alma poéticos
ao elogiar-me os versos,
regozija-me.
Um forte abraço.