TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 25 de outubro de 2009

Gritos do Silêncio

"Só os mudos conseguem sobreviver"Dith Pran (1943-2008).
Apesar de seu retumbante fracasso, o comunismo ainda possui adeptos apaixonados em todo o mundo. São poucos, é verdade, mas, particularmente aqui, na América Latina, os ideais dessa seita ainda são levados a sério. Embora pareça surpreendente, a adesão de gente jovem aos belos ideais comunistas não deveria causar estranheza. Impressionáveis e com pouco conhecimento da história recente, as mentes jovens são facilmente cooptadas por doutrinas bem construídas e reforçadas por belos discursos.Heróis comunistas, nacionais ou estrangeiros, são exaltados na mídia e têm suas vidas transformadas em aventuras românticas por escritores comprometidos com a “causa”. O livro Olga, de Fernando Morais, é um exemplo de desonestidade e distorção dos fatos, um caso típico de propaganda, cujo objetivo é formar prosélitos.
Olga dominou o imaginário da minha geração. Na época de colégio, até gente que não lia nem gibi já tinha lido o famigerado livrinho e achado ótimo. Quando a gente cresce e toma conhecimento da história como ela realmente ocorreu, vem logo a sensação de náusea, não só por conta de ter tomado conhecimento da praga que essa ideologia assassina representa, como também pelo fato de descobrir que há pessoas que fazem da mentira um meio de vida, tiram da empulhação descarada e criminosa o seu sustento.


Coleção de crânios e outros ossos humanos. A colheita nos campos da morte

Num país como o nosso, onde militantes que no passado lutavam para aqui implantar um regime stalinista ou castrista são tidos como heróis democráticos, com direito até a polpudas indenizações custeadas pelo contribuinte, fica difícil demolir a aura mitológica que há em volta de certas figuras. Mas, felizmente, por mais que tentem e se empenhem em esconder a verdade, por mais que tentem silenciá-la , ela aparecerá para aqueles dispostos a ver as coisas como são, e não sob um prisma ideológico que faz um açougue humano, com milhões de vermes revolvendo-se sobre matéria putrefata, passar por um campo florido.
A banalidade do mal. A expressão de Hannah Arendt também vale para os genocidas comunistas.


Montes de ossos humanos. Mais de 1,5 milhão de mortos pela experiência comunista no Camboja nos anos 70.
Ontem, dia 30 de março de 2008, domingo, faleceu Dith Pran, fotógrafo Cambojano que viu seu país cair diante da máquina de moer gente chamada Khmer Vermelho. Pran sofreu na pele o horror, conseqüência direta do marxismo-leninismo. É provável, leitor, que você nunca tenha ouvido falar de Dith Pran. Ao contrário de Olga Benário, Luis Carlos Prestes, Che Guevara ou Carlos Lamarca, Pran era muito pouco conhecido no Brasil, apesar de sua história ter inspirado um filme bastante famoso. Por aqui celebramos os algozes e esquecemos as vítimas da ideologia pela qual lutavam os Prestes e Guevaras da vida.
Dith Pran trabalhava para o jornal norte americano New York Times quando da tomada do Camboja pela guerrilha comunista do Khmer Rouge, comandada por Pol Pot. Como era cidadão cambojano, Pran não pôde sair do país, sendo enviado, junto com toda a população urbana do Camboja, para os Campos da Morte, como ficaram conhecidos os campos de trabalhos forçados onde o povo seria “reeducado” para viver no paraíso comunista. Esse episódio inspirou o filme Os Gritos do Silêncio (The Killing Fields), filme que assisti no fim da adolescência e que me imunizou de vez contra as bazófias comunistas.
O número de mortos nos campos de morte cambojanos gira em torno de 1,5 milhão de pessoas. O regime comunista do Khmer banalizou o assassinato, estabelecendo-o como prática usual para construção do paraíso socialista. Num documentário, vi o depoimento de um cidadão cambojano que testemunhou a crueldade do regime. Ele relatou um episódio onde alguns soldados surgiram arrastando dois jovens, um homem e uma mulher. Os traziam amarrados e de olhos vendados. Colocaram ambos diante de todos os que ali estavam. Um soldado começou a explicar o que estava ocorrendo. O casal seria fuzilado, pois haviam se casado há poucos dias, mas o casamento não fora autorizado pelo Estado. Casar-se por meio dos “velhos ritos” tornou-se crime punido com a pena capital. Nesse novo sistema, a vida não valia nada, as pessoas poderiam morrer por plantar um pé de tomate para matar a fome ou simplestmente por não estarem com os dedos suficientemente enrugados durante as sessões de trabalho nos arrozais. Aqueles que se revelavam professores, médicos, advogados, engenheiros ou qualquer outra profissão de nível superior eram sumariamente executados. No mundo novo não havia lugar para "burgueses". Foi nesse “paraíso” que Dith Pran teve de sobreviver durante os 4 anos como prisioneiro. Revelar que era jornalista era assinar uma sentença de morte. Daí a sua frase: só os mudos sobrevivem.
Amigos leitores, sei que, em alguns de vocês, sentimentos de respeito e reverência podem ser despertados diante da menção de nomes como Carlos Prestes, Olga Benário, Lamarca ou Guevara. É perfeitamente compreensível, tal o volume de propaganda enganosa a que fomos submetidos durante décadas. Contra esse sentimento, só há um remédio: o estudo. Conhecer os fatos, conhecer a história como ela é, levantar o véu do mito e encarar a carranca que se esconde embaixo. Procurar entender o que postulam essas ideologias redentoras e avaliar se o que propõem tem algum nexo com a realidade. Avaliar também os resultados da aplicação das teorias comunistas, afinal, o século XX foi um grande laboratório para todas as vertentes da utopia marxista que, inexorável e invariavelmente, conduziram ao mesmo resultado: opressão, genocídio, barbárie, miséria.
Descanse em paz, Dith Pran. O silêncio dos campos de morte cambojanos fala por si só. Mais loquaz, impossível.
Autor: Texto recebido por e-mail. Fonte desconhecida.

13 comentários:

Armando Rafael disse...

E ainda tem gente que quer nos fazer de idiotas tentando mostrar alguma vantagem no comunismo.
Bem definiu Leão XIII: "O comunismo é intrisicamente mau".
Ou seja, não há nenhuma coisa boa nesse sistema...

Unknown disse...

Só clichês. Isso não é um texto. É apenas hidrofobia.

wilson bernardo disse...

Afinal quem estará com a verdade o comunismo ou capitalismo... Quem mente
Os fatos, os relatos, enfim a construção das mortes foi banalizada na fome excessiva dos cães que se divertem com ossos humanos fertilizados em campos produtivos de arrozais.

Antonio Sávio disse...

Quando clichês não matam...tudo bem. Eu particularmente não tenho tanta familiaridade com a matança justificada ideologicamente. Isso para mim é uma bizarrice, mas há os que achem importante tomar isso como exemplo.

Unknown disse...

Bem, a comparação entre a Revolução Cubana e o regime do Khmer Vermelho e com a memória de Olga Benário é bizarra. É como se eu comparasse o regime de Uganda nos anos 70 com o capitalismo sueco.
Bizarrice e hidrofobia.

wilson bernardo disse...

Ao contraro do kremile que não nega
suas cores de guerra
a casa branca não tem nada
de branca paz...

wilson bernardo disse...

Ao contraro do kremile que não nega
suas cores de guerra
a casa branca não tem nada
de branca paz...

Unknown disse...

Pior que a Casa Branca, mestre Bernardo, só mesmo as "Casasgrandes" que ainda teimam em tentar escravizar!

wilson bernardo disse...

Não precisa ser escritor ou ter montanhas de livros, basta terem sensibilidade aguçada ou rude mais percebe que o mundo das crianças é de uma poética destemida de regras e conceitos... Todas independente do meio as considero e elas se comportam como verdadeiros construtores de palavras e reinventoras de nomenclaturas, o que precisa é nós adultos ouvimos com mais atenção o que elas dizem e ditam como regra de crescer sem deixar de ser uma eterna criança.

wilson bernardo disse...

Em uma concepção mais modernizada, o Brasil ainda se mantêm,em uma oligarquia classista,tanto nas elites e o que é pior a própria classe desassistida,e que se diz bolsista das escolas,aquela ajuda de lula,eles escravizam e mantém a origem das senzalas em suas conzinhas,a chamada empregada domestica,é na essência da palavra a herança tanto ideológica como fisiológica da mucama,onde o dono da casa e os filhos do dono da casa,tentam a todo custo,comer, esta é a palavra,transar ,simplesmente porque a maioria são negras ou descendentes,e indistintamente de classes todos se comportam desta forma,uma senzala,emoldurada pela modernidade de uma conzinha americana ou nordestina da mais simples,mas com essa triste realidade.
Obs.Este comentário sobre livros e crianças,caros companheiros ,ela entrou nesse bloco por engana e erro meu na postagem...desconsiderem.

Unknown disse...

E muitas empregadas domesticas são mesmo tratadas como escravas. Escravas modernas. Quase todas tem a mesma cor da pele. Todas são exploradas e quase nunca se fala delas. O silêncio do opressor,que ignora a presença das mucamas; a resistência muda do oprimido em muitas facetas.

wilson bernardo disse...

A Escravidão é instituída pela legalidade de fato pela constituição,e salve alguns,a própria esquerda,não só que é de direita cometem a mesma pratica,e depois teorizam sobre a mais valia,opressão,políticas do capital,e quando vai prá noite que explorar o sexo fácil e abusivo,pela a oferta de bungingangas,e na própria casa ele mantém a sua mucama,com pouco menos de um quarto de salário,e quando não sempre na defensiva de um jeitinho de sinuâncias.

Unknown disse...

Com certeza. Se dizem de esquerda e quando tem empregadas domésticas, tratam-na como escravas ou nem dão o mínimo estabelecido por lei.