Que som bacana
sinistro, estranho
atrito da cerâmica
do prato
contra o inox
da taça.
Lembro-me de outros tantos
confidenciados por minha alma
em suas andanças fora do corpo:
o ruído das aurículas
bebendo a saliva dos sonhos.
Segundo minha alma,
são amores invisíveis
debaixo da cama
do coração enfermo.
Pergunto-me se o bruxo Hermeto
ouvia mais o som das coisas
ou calava-se (extasiado)
diante da loucura da alma.
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